A ex-ministra Marina Silva justificou nesta quinta-feira (15/05) a sua saída do Ministério do Meio Ambiente com o agumento de que as políticas ambientais precisavam de "renovação" com a chegada de um novo ministro. Foi a primeira vez, desde que entregou o cargo na terça-feira (13/05), que Marina falou publicamente sobre o caso.
Marina negou que tenha decidido deixar a pasta após a indicação do ministro Mangabeira Unger (Secretário Especial de Assuntos Estratégicos) para chefiar o PAS (Programa de Amazônia Sustentável).
"Não posso dizer que o meu gesto é em função do doutor Mangabeira. Não é uma questão de pessoa, mas que você vai vendo um processo e percebe quando começa a ter estagnação. E na estagnação, devemos criar um novo processo com novos acordos e um novo ministro", disse.
Marina disse acreditar que o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, dará contiuidade às políticas implantadas durante a sua gestão. "A escolha do Minc qualifica o processo. Às vezes você acumula conquistas que precisam ser consolidadas. É preciso que se movimente o processo. É melhor o filho vivo no colo do outro do que jazindo no seu próprio colo", enfatizou.
A ex-ministra defendeu que parte das políticas implantadas no Ministério do Meio Ambiente não tenha "retrocesso", especialmente no que diz respeito ao combate ao desmatamento e à criação de unidades de conservação ambiental. Ela admitiu que sua decisão de deixar o governo foi "difícil", mas disse estar tranqüila uma vez que sua saída vai "fortalecer o processo da agenda ambiental do país".
Marina rebateu as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que muitas vezes não tinha "isenção" na condução das políticas ambientais. "Se ser isento é a capacidade de mediar o seu ponto de vista, eu me considero uma pessoa isenta. Mas eu tenho um ponto de vista", enfatizou.