O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, decidiu antecipar em um dia a entrega de sua defesa sobre o escândalo de desvios de recursos do BNDES ao corregedor da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PR-PE). Sobre a decisão da Polícia Federal de quebrar os sigilos das ONGs Meu Guri, presidida pela mulher de Paulinho, Elza de Fátima Costa Pereira, e a Data Brasil, ligada à Força Sindical, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que nem ele nem o deputado pedetista têm o que temer.
"O Paulinho e a mulher dele já tinham colocado os sigilos pessoais e da ONG à disposição da Justiça. A informação que o Paulinho me dá é de total tranqüilidade. Quem não deve não teme", disse Lupi.
Paulinho disse que a defesa que entregará hoje à Corregedoria se limita ao que sabe do inquérito, ou seja, as citações ao seu nome que constam de grampos da PF. Ele disse que desconhece denúncias novas, pois o inquérito completo ainda não chegou à Procuradoria-Geral da República.
Ele confirmou que sua mulher, Elza de Fátima, há cerca de 20 dias, comprou, com dinheiro vivo, uma casa de praia em Bertioga, litoral norte de São Paulo. Mas nega que os R$ 220 mil pagos pelo imóvel colocado em nome da Filha Daniele Pereira, seja fruto de propina ou repasses irregulares do BNDES.
"Ela comprou sim, é verdade. Estamos num regime capitalista. Ela tirou o dinheiro do banco e pagou. Se estivéssemos em Cuba ou em algum regime comunista talvez ela pudesse ser presa, aqui não é proibido", disse Paulinho.