Jornal Correio Braziliense

Politica

PDT quer que Inocêncio segure processo contra Paulinho

Deputado é suspeito de envolvimento no esquema de desvio de recursos do BNDES

O PDT começou a trabalhar para evitar que o corregedor da Câmara Inocêncio Oliveira (PR-PE), encaminhe ao Conselho de Ética processo de cassação de mandato do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), suspeito de envolvimento no esquema de desvio de recursos do BNDES. Hoje o líder do PDT na Câmara e presidente interino do partido, Vieira da Cunha (RS), disse que Inocêncio deveria esperar o parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Como Paulinho tem foro privilegiado por ser deputado, caberá ao procurador-geral decidir pela abertura ou não de inquérito para que o Ministério Público (MP) investigue o pedetista. O PDT espera que o ritmo da apuração pelo MP acabe por esfriar o caso. "Se o procurador mandar arquivar o caso e mesmo assim for aberto processo no Conselho de Ética, vamos ser mais realistas que o rei", disse Vieira da Cunha. "Vou conversar com o deputado Inocêncio, não no sentido de criar qualquer constrangimento. Acho que devemos aguardar o procurador. O deputado Paulinho já disse que está à disposição do Parlamento e do Ministério Público", afirmou o líder pedetista. Vieira da Cunha disse que os elementos contra Paulinho "são muito frágeis" e que "o destino provável de um processo dessa natureza no Conselho de Ética é o arquivamento". Para enviar o processo direto ao Conselho, sem passar por uma comissão de sindicância da corregedoria, Inocêncio terá que submeter a decisão à Mesa Diretora. Ontem, o corregedor defendeu que o caso seja investigado direto no Conselho, por entender que as denúncias contra Paulinho são "gravíssimas" e que a situação do deputado "é complicada". Além da pressão do PDT sobre o corregedor, outro fator que pode ajudar a arrastar a investigação na Câmara é o fato de que o Conselho de Ética está sem presidente desde a morte do deputado Ricardo Izar (PTB-SP), na semana passada. Inocêncio disse ter ouvido do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) a promessa de que "a eleição do novo presidente acontecerá o mais rápido possível".