Jornal Correio Braziliense

Politica

PSOL requer contratos do Metrô de SP

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Os deputados federal Ivan Valente (PSOL-SP) e estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) solicitaram hoje acesso aos contratos da Alstom com o Metrô de São Paulo. A empresa francesa Alstom é suspeita de pagar propina para fechar contratos na América do Sul e Ásia, inclusive o Metrô de São Paulo. Os deputados pediram ao Tribunal de Contas de São Paulo acesso aos contratos fechados pelo Metrô desde 1990. Eles também querem analisar contratos fechados por outras empresas públicas vinculadas ao governo paulista. "Em face da gravidade das denúncias, e ainda, de outras notícias correlatas de envolvimento da Alstom em negociações escusas no Brasil, a análise minuciosa dos referidos contratos é fundamental", afirmou Valente. A Alstom, especializada em transportes - trens de alta velocidade, bondes, metrôs-- e energia, é suspeita de ter pago milhões de dólares de subornos para obter contratos na Ásia e América Latina entre 1995 e 2003, informou na terça-feira o "Wall Street Journal". A procuradoria de Paris abriu em 7 de novembro de 2007 uma investigação judicial por "corrupção ativa de agentes públicos estrangeiros" e "abuso de bem social", após uma denúncia da justiça suíça recebida em maio do ano passado. Com base em fontes ligadas ao caso, o "Wall Street Journal" afirma que a Alstom teria pago US$ 6,8 milhões para obter um contrato de US$ 45 milhões para obras do metrô de São Paulo. Os investigadores examinam ainda "pagamentos suspeitos" de US$ 200 milhões que a Alstom teria efetuado em projetos no Brasil, Venezuela, Cingapura e Indonésia. Políticos A Polícia Federal apreendeu em 2006 dois comprovantes de transferência bancária que apontam, segundo interpretação de delegados, que a Alstom teria pago comissão a políticos brasileiros. Os extratos bancários mostram que a filial da Alstom na Suíça transferiu US$ 550 mil (R$ 930 mil em valores atuais) e 220 mil (R$ 573 mil) para uma empresa do Uruguai chamada Aranza. Um dos sócios da Aranza, Luiz Geraldo Tourinho Costa, contou em depoimento à PF que nunca fez negócios com a Alstom. Ele disse que havia cedido a conta em troca de um percentual de 5% sobre os valores transferidos. O dinheiro, segundo Costa, foi usado pela Alstom para pagar "comissão" a políticos. A Alstom no Brasil não quis comentar a apreensão pela Polícia Federal de comprovantes de depósitos que a filial suíça da empresa fez na conta de uma empresa uruguaia.