Sem negar sua ligação com o prefeito Cesar Maia, a deputada federal Solange Amaral (DEM-RJ) lançou nesta sexta-feira pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro, deixando de lado o discurso de que é a candidata da situação. Para Solange, sua intenção de governar a cidade tem como foco "olhar para frente".
"Sou pós-Cesar Maia. O que está no centro, para nós, o futuro do Rio. O prefeito é um político dos mais importantes que me apóiam, tem muitas realizações para nossa cidade. Minha candidatura é para olhar para frente, para o futuro do Rio. Quem continua é a cidade do Rio, ela não pode parar", afirmou.
Solange disse não temer que a má avaliação de Cesar Maia nas pesquisas de opinião atrapalhe seu caminho, durante a disputa eleitoral. "Isso faz parte da vida. É assim mesmo. Prefeitura tem muitos acertos, e também tem erros". A deputada afirmou acreditar que o candidato que concentrar ataques na gestão atual "vai quebrar a cara". "A população quer quem reconhece avanços. Acho que quem só critica não vai ganhar. Tem que dizer o que vai fazer, que conhece a cidade. Tem muita gente que não conhece a cidade".
Apesar de fazer oposição ao governo federal na Câmara, Solange Amaral prega o discurso da conciliação, ao falar de seus planos para a cidade. Entre suas prioridades, está melhorias no sistema de saúde e de transportes, como a duplicação da Avenida das Américas, na Barra da Tijuca. Para isso, sustenta que é fundamental ter boa relação com outras esferas do Poder Executivo.
Ao comentar a epidemia de dengue, Solange segue o discurso de Cesar Maia. Diz que o problema é nacional. Acrescenta que o Rio é uma vitrine, e por isso, paga o preço, porque os acontecimentos na cidade, segundo ela, ganham outra dimensão. Usa, mais uma vez, tom conciliador como proposta para a questão, mas não deixa de alfinetar o governo federal.
"Acho que o governo federal não foi bem. Mas isso não importa. O que importa é olhar para frente. Quero sentar com o presidente Lula, o governador Sérgio Cabral e o ministro Temporão para discutir a saúde, que é um problema nacional", observa.
Sobre coligações para a campanha, a deputada destaca que o DEM negocia com três partidos, sem revelar os possíveis parceiros. Sobre o rompimento da aliança do PMDB, coordenada pelo governador Sérgio Cabral, diz que o DEM não perdeu muita coisa, apenas tempo de televisão. "É assim mesmo. O governador entendeu que, dessa forma, conseguiria mais recursos, mais boa vontade do governo federal. Não acho que houve traição".