A pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o comando nacional do PT busque uma solução para o impasse envolvendo a aliança - PT, PSDB e PSB - em Belo Horizonte (MG) pode promover um recuo ao veto relativo à parceria. A cobrança de Lula aliada ao empenho do prefeito de BH, Fernando Pimentel (PT), deve sair vitoriosa na queda de braço contra os petistas que resistem ao acordo.
Na terça-feira (6/5), Pimentel desembarcou em Brasília e jantou com o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o secretário-geral da legenda, José Eduardo Cardozo (SP). Nesta quarta-feira, Pimentel passou boa parte do dia visitando os deputados petistas e pedindo apoio em favor da aliança com o PSDB em BH.
Pimentel e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), são os principais articuladores da parceria PT e PSDB em torno do nome de Márcio Lacerda (PSB). Mas há cerca de duas semanas, a Executiva Nacional do PT, sob comando de Berzoini, determinou a proibição a uma eventual aliança entre as legendas.
O veto provocou um racha interno no PT. Pimentel ameaçou ir até à Justiça Eleitoral para garantir a aliança com o PSDB. O PSB, por sua vez, defendeu a ampla aliança. Em conversas com aliados, o presidente Lula também defendeu a parceria incluindo ainda o PMDB e o PRB.
Interlocutores afirmam que a conversa de Pimentel com Berzoini e Cardozo foi tensa. O prefeito advertiu que o veto à parceria com o PSDB poderia levar os tucanos a uma união com o PMDB. Segundo Pimentel, uma eventual aliança do PSDB com o PMDB em Belo Horizonte poderia provocar uma derrota expressiva ao PT.
Nas conversas reservadas, Berzoini e o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), já amenizam o discurso de resistência à parceria dos petistas com os tucanos em Belo Horizonte. Segundo petistas, Rands comenta inclusive que acredita em um acordo para os próximos dias.