O desaparecimento de documentos secretos do serviço de informações das Forças Armadas, muitos deles referentes à guerrilha do Araguaia, terá de ser analisado pelos ministérios da Defesa, da Justiça e pela Casa Civil da Presidência. Ofício enviado pela Procuradoria-Geral Militar pediu aos ministros Nelson Jobim, Tarso Genro e Dilma Rousseff informações sobre providências tomadas para investigar o sumiço de papéis referentes ao período de 1964 a 1985.
O pedido de informações foi assinado no dia 11 de abril pela procuradora-geral Maria Ester Henriques Tavares, que deixou o cargo no dia seguinte. O caso agora será conduzido pela nova procuradora-geral, Cláudia Márcia Ramalho Moreira Luz. A cobrança da procuradoria dá continuidade à representação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolada no Superior Tribunal Militar (STM) que pede abertura de inquérito "para investigar e julgar as responsabilidades de militares envolvidos na destruição e extravio de documentos oficiais referentes à guerrilha do Araguaia".
Maria Ester fez pedidos diferentes a cada um dos ministérios. A procuradora questionou ao ministro da Defesa se foi aberta alguma investigação sobre o desaparecimento dos documentos. À ministra Dilma Rousseff foi questionado que providências foram tomadas desde que a chefe da Casa Civil foi informada sobre o sumiço e a possível destruição dos documentos secretos das Forças Armadas. Ao ministro da Justiça a procuradora pede esclarecimentos sobre o trabalho da comissão interministerial criada para apurar o destino dos documentos. Segundo a Assessoria de Imprensa do Ministério Público Militar (MPM), nenhum dos três ministérios enviou qualquer resposta até agora.