O proprietário da funerária Portal do Sol, Felismino Alves Ferreira, prestou depoimento à CPI dos Cemitérios da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em audiência na manhã desta sexta-feira. Após inspeção, parlamentares constataram diversas irregularidades na clínica de Felismino, entre elas o acondicionamento irregurlar de vísceras dentro de um saco plástico próprio para uso doméstico. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os resíduos deveriam ser mantidos sob refrigeração.
Nos primeiros minutos de depoimento, Felismino, que é presidente do Sindicato das Empresas Funerárias, relatou como funciona o mercado funerário de Brasília. Ele explicou, por exemplo, que é comum os funcionários dessas empresas se anteciparem quando ocorre algum acidente com vítimas. Ele disse que os funcionários das funerárias se informam, através do rádio da polícia, e vão até o local para oferecer o serviço.
Ao ser questionado sobre as irregularidades cometidas em seu estabelecimento, o dono da Portal do Sol entrou em contradição. Ontem, durante a visita dos distritais ele havia afirmado que desconhecia as regras de armazenamento das vítimas. Ele disse também que transportava os resíduos como lixo comum, despachando o material sem nenhum tratamento por meio dos caminhões do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Quando não, enterrava os detritos em covas abertas no Cemitério de Sobradinho, na área reserva ao serviço social.
Hoje, no entanto, o empresário afirmou que o ocorrido ontem foi uma eventualidade. Felismino disse que até mesmo ele havia ficado surpreso, já que estava em viagem no momento em que os funcionários fizeram a higienização do corpo, na madrugada de quarta-feira.