A ministra do Turismo, Marta Suplicy, está ;propensa; a ser a candidata do PT à prefeitura de São Paulo em outubro, mas vai aguardar ao máximo para fazer o anúncio oficial dessa decisão. Líder nas pesquisas de opinião, a ex-prefeita paulistana recebeu o apoio de vereadores, deputados estaduais e federais e senadores do PT, nesta quinta-feira (24/04), em Brasília. Está sendo pressionada a entrar logo em campanha pelo partido, que teme perder terra por causa da aliança do prefeito Gilberto Kassab (DEM) com o PMDB, já anunciada oficialmente pelo presidente da legenda em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia.
O presidente municipal do PT, José Américo, avalia que a candidatura de Marta "antecipa a disputa nacional", tendo em vista a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. "Uma vitória em São Paulo seria muito significativa", afirma. Se eleita prefeita paulistana, Marta tanto pode disputar o Palácio dos Bandeirantes como se lançar candidata à Presidência da República. É por isso que os petistas de São Paulo, cujas principais lideranças foram desgastadas na crise ética da legenda, apostam suas fichas em Marta. "Ela foi a melhor prefeita que São Paulo já teve, o partido está unificado e tem todas as condições de vencer", garante o senador Alozio Mercadante (PT-SP).
"Foi muito forte o apelo, não só pelo partido estar unido, mas porque todo o partido no estado de São Paulo esteve aqui. Isso me tocou profundamente e me deixa numa situação difícil e propensa a aceitar", disse Marta após o encontro. A ministra pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acertar os detalhes de sua saída do governo. O grupo político ao qual pertence dentro do PT, que inclui o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), quer indicar o substituto da ex-prefeita na pasta. Na verdade, esse é o principal "detalhe" que falta para o anúncio oficial.
Segundo a ministra, o fato de não ter anunciado a saída do ministério não teve influência na decisão do PT. O fator decisivo para aliança entre Kassab e Quércia foi a movimentação do governador de São Paulo, José Serra, que tenta remover a candidatura de Geraldo Alckmin. A estratégia foi traçada num encontro com o ex-presidente do PFL Jorge Bornhausen, a eminência parda do DEM, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Marta avalia que o acordo enfraquece ainda mais seu principal adversário, Alckmin, mas o tucano não desistirá da disputa. Ou seja, a divisão entre os adversários deve sobreviver e se agravar.
Com a defecção do PMDB, seu principal aliado nacional, mas adversário na disputa pela Prefeitura da Capital, o PT agora busca uma coligação com os partidos menores: PSB, PDT, PC do B e PR. É outra pedreira, porque os deputado Paulinho da Força (PDT-SP) e Aldo Rebelo (PCdoB) também querem ser candidatos. E Luiza Erundina (PSB-SP) ainda reivindica a legenda para tentar voltar à prefeitura de São Paulo.