O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), prestou depoimento nesta quarta-feira (23) à Polícia Federal (PF) e foi indiciado no inquérito da Operação Taturana, que apura o desvio de R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas. Almeida é acusado ter contraído empréstimo bancário de R$ 120 mil em 2003, quando era deputado estadual, usando como comprovação de renda a verba de gabinete e o aval do legislativo alagoano. Segundo o delegado Janderlyer Gomes, que preside o inquérito sobre o caso, Almeida vai responder por formação de quadrilha, peculato, crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
Quando chegou à sede da PF, Almeida conversou com os jornalistas e confirmou que pegou o empréstimo, mas que o dinheiro não era para ele. O prefeito disse que a verba foi para ajudar o deputado federal Francisco Tenório (PMN) a montar uma fábrica de beneficiamento de leite. Na época, Almeida e Tenório eram deputados estaduais. Após o depoimento, o prefeito deixou a PF bastante agitado e falou pouco com a imprensa.
O empréstimo que o prefeito contraiu foi revelado pela ex-gerente do Banco Rural Sandra Arcanjo em depoimento, no início da semana. Segundo o delegado Gomes, entre 2003 e 2005, Sandra Arcanjo, atual secretária Assistência Social da prefeitura de Maceió, gerenciou as contas dos 27 deputados estaduais na agência do Banco Rural. Em depoimento à PF, ela afirmou que os deputados contraíram empréstimos usando a Assembléia como avalista e a verba de gabinete como renda mensal.