Farpas
O embaixador chinês Yang Wanming, em vez de trocar farpas nas redes sociais com o embaixador norte-americano Todd Chapman, deveria esclarecer, objetivamente, se a China pretende assumir suas responsabilidades em razão da covid-19 e ressarcir financeiramente os países (praticamente todos) que tiveram suas economias devastadas em razão da pandemia. No Brasil, não será difícil para o embaixador obter, no Ministério da Economia, o valor da conta brasileira com o vírus chinês. Ficar de olhos fechados a essa questão não é uma opção. A propósito, Yang Wanming nada esclareceu sobre a esterilização em massa de mulheres uigures pelo Partido Comunista Chinês. Enrolou e saiu à chinesa.
Milton Córdova Júnior, Vicente Pires
Fiscalização
Na CPI Mista da Petrobras, em 2014, dois parlamentares foram acusados, na Lava-Jato, pelo senador cassado Delcídio do Amaral de participarem de um esquema para impedir convocações de empreiteiros na CPI da Petrobras. O senador acusado tornou-se ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e, recentemente, arvorou-se de fiscal das propagandas do governo para considerá-las como gastos públicos indevidos, porque foram divulgadas em sites que apoiam as ilegalidades, como os que divulgam os resultados do Jogo do Bicho! Ora, os anúncios referiam-se à reforma da Previdência e queria o ilustre ministro que fossem divulgados nos jornais clássicos, como se os operários, aos quais eram dirigidas as propagandas da reforma, fossem leitores e compradores de jornais. O público visado não teria melhor alcance do que ao ler Deu no poste nos seus celulares. Talvez os metalúrgicos possam ser leitores de jornais, mas outras categorias, muitas vezes, não têm acesso aos jornais. Já que fiscaliza o governo, pelo cargo que ocupa, por que nunca se preocupou com a progressão continuada, ou a aprovação automática, nas escolas fundamentais, estratégia educacional que acabou com o ensino no Brasil? Seria muito mais importante que criticar o Deu no poste.
Cauby Pinheiro Junior, Águas Claras
Mentiras
O Correio Braziliense tem a cortesia, com seus leitores, de abrir este espaço para suas manifestações, onde cabem sugestões, ideias inovadoras, críticas, queixas e até mentiras. Em carta publicada no dia 13/7, um leitor acusa o Palácio do Planalto de ter jogado a responsabilidade pela condução da crise da pandemia aos governadores, como se nada tivesse com o destino dos brasileiros. É uma mentira. É de conhecimento de todos que o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou do presidente a autoridade para gerir nacionalmente a crise sanitária, diluindo seu comando por 27 governadores e 5.500 prefeitos. Ao presidente sobrou só administrar financeiramente as decisões alopradas, e muitas mal intencionadas, dos chefes estaduais e municipais, o que tem feito competentemente. Também acusou o presidente de receitar remédio condenado pela ciência. Outra mentira. A hidroxicloroquina é medicamento seguro, usado eficientemente em muitas doenças graves com raríssimos efeitos indesejados. Na covid-19, as cidades que o utilizam têm esvaziado seus hospitais. O Sistema de Saúde Henry Ford, em Detroit, acaba de publicar análise de 2.541 pacientes internados nos quais foi evidenciado que só 13% dos que receberam hidroxicloroquina morreram, em comparação com 26% dos que não receberam. Também acusa as Forças Armadas de assistirem à morte de milhares de brasileiros sem nada fazer. Outra mentira. As Forças Armadas têm participado de inúmeras ações, desde repatriar 34 brasileiros que estavam em Wuhan até dar assistência à saúde do indígena. Para criticar com autoridade moral é preciso dar soluções. Lançar mentiras desmoraliza o crítico e o torna simples demolidor sem responsabilidade.
Roberto Doglia, Asa Sul
Lava-Jato
Como militar que sou, mesmo estando reformado, foi com estupefacção que tomei conhecimento, por intermédio da mídia, da verdadeira insubordinação levada a efeito pela Lava-Jato de Curitiba contra a Procuradoria geral da República. Como é que pode uma força-tarefa, que está a serviço do Ministério Público como um todo, rebelar-se contra um pedido de um órgão ao qual está subordinado? Não dá para entender! Se isso tivesse acontecido numa das nossas Forças Armadas, seria uma flagrante transgressão disciplinar ou uma insubordinação, passível de uma punição exemplar prevista em seus regulamentos disciplinares ou, talvez, até de uma instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM). Essa atitude de rebeldia por parte dos procuradores de Curitiba na esfera jurídica já foi resolvida pelo presidente do STF, que determinou que os dados da Lava-Jato sejam compartilhados com a PGR. Aliás uma decisão óbvia, uma vez que os trabalhos daquela força-tarefa estão a mando da Procuradoria-Geral da República. Na esfera disciplinar, porém, vamos aguardar para ver que atitude tomará Augusto Aras quanto às ações indisciplinares praticadas, sem prejuízo da continuação dos trabalhos da Lava-Jato contra a corrupção no país, trabalhos esses elogiados pela população brasileira.
Paulo Molina Prates, Asa Norte