Na última quarta-feira, Irlam Rocha Lima completou 45 anos de Correio Braziliense. Tempo esse que, em sua maioria, foi — e ainda é — dedicado ao jornalismo cultural. Dos meus 10 anos de jornal, contando meu período como estagiária, pude estar lado a lado com Irlam. Ele é do tipo de repórter nato. Sempre que vê uma pessoa nova adentrar na redação, ele quer se aproximar, perguntar, compartilhar. Comigo, não foi diferente.
Não me lembro ao certo quando nos aproximamos, mas como tínhamos em comum a paixão pela vida cultural agitada da capital nos esbarrávamos de dia na redação e, de noite, nos eventos. Irlam foi uma das pessoas que me mostraram que meu hobby podia ser ofício. Quando assumi a coluna Hit, na época, diária e sobre os agitos da cidade, ele foi um dos que me incentivaram e me apresentou algumas das pessoas do cenário.
Mais tarde, Irlam foi generoso o suficiente para deixar que eu me colocasse também na cobertura musical do Diversão & Arte. Indicou-me para algumas viagens, inclusive, para as quais havia sido convidado. Numa dessas, percebi o quanto esse baiano é figura marcante Brasil afora. Fui até ao Rio de Janeiro entrevistar Lulu Santos, que lançaria um novo trabalho. Estava animadíssima. Chegando lá, fui apresentada ao hitmaker como a repórter do Correio, Lulu, sempre direto, mandou na lata: “Ahh, achei que quem viria era o Irlam”. O cantor teve que se contentar comigo mesmo. E, no final, ainda me pregou uma peça falando para tirarmos uma foto dando língua para o Irlam, por não ter ido à viagem. Para minha surpresa, na imagem, Lulu está sorrindo e só eu estou fazendo a “pirraça” para meu colega de profissão.