Opinião

>> Sr. Redator

Memória

Leitora habitual deste jornal há mais de 40 anos, venho me surpreendendo favoravelmente com a contribuição de leitores como o dr. Roberto Doglia Azambuja, João Paulo Guimarães, Cid Lopes e alguns outros muitos bons. Por outro lado, entristece-me a contribuição de pessoas que demonstram ter péssima memória no que diz respeito à atuação de governos anteriores que destruíram profundamente nossa economia e devido aos resultados catastróficos estamos pagando até hoje. Não somos nós, assalariados e moradores com razoável conforto, que estamos sofrendo por isso, mas as classes trabalhadoras formais e informais que nem a sobrevivência de suas famílias podem prover. Que postura a favor desta classe trabalhadora é essa? Só rindo!
» Leda Watson,
Lago Sul


Fogo e covid-19

Os bombeiros sabem, cada árvore  transmite o fogo pelo vento. Sem vento, a chama fica “isolada, distanciada” e murcha. Ocorre que na covid sabemos como controlar este vento”, diminuindo  o contato do fogo entre as árvores . Mas os bombeiros precisam de liderança sábia, enérgica, responsável, e não negacionista. Serem rápidos no combate, isolando ao máximo os novos focos de incêndio. Trata-se de incêndio na nossa mais preciosa floresta, em nós mesmos! Já vimos que não existem hospitais suficientes, onde se perdeu a batalha para as labaredas.
» Ricardo Gonzalez,
Asa Sul


Corretoras

A imprensa, inclusive o Correio Braziliense, tem dado destaque ao expressivo ingresso de pessoas físicas no mercado de ações e derivativos. Quem opera o day trade (dia a dia) tem a impressão de que o mercado é regrado apenas pelo capricho das corretoras e bancos. É possível fazer operações em bolsa até por aplicativo de celular. Pois, é fato incrível que uma das corretoras disponibiliza um aplicativo defeituoso: quando se faz uma operação de compra ou venda de um ativo, imediatamente é acionada uma contraordem que, em geral, leva o operador a prejuízos. Em resposta à queixa, a corretora reconhece o problema e promete apresentar novo aplicativo para breve. Será que alguma autoridade no assunto percebe a gravidade disso? Outra questão é que é notável como corretoras trabalham para induzirem investidores a pensar que o preço do ativo, por exemplo, vai subir, para logo depois derrubarem a cotação, sujeitando o operador a perdas, inclusive, com a cobrança stop compulsório, que gera receita adicional para a corretora — é óbvio o conflito de interesses entre investidor e corretora! Outra questão: os preços caem mais rapidamente do que sobem, o que denota evidente manipulação por parte de corretoras. Só não vê quem não quer! Sugiro ao Congresso Nacional que convoque a CVM e a Bovespa para discutirem formas de proteção aos pequenos investidores, controlando essa excessiva liberdade de atuação das corretoras no mercado acionário.
» Marcos Paulino,
Taguatinga


Cotas

Já me referi a este tema algumas vezes, mas a esquerda, no afã de dizer que está defendendo o negro contra o racismo, está sendo o mais racista possível. Normalmente, cotas são destinadas a coitadinhos, que precisam do apoio, ou da esmola dos mais inteligentes e bonzinhos. “Você tem dificuldade em aprender, nós temos mais facilidade em aprender, vamos dar uma mãozinha; não arruma emprego, por ser menos capaz? Pode deixar que vamos defender a sua bandeira e criar cotas nas empresas. Qual a razão de criarem cotas para mulheres na política, nas empresas e em outras situações? Qual a razão de criar delegacia das mulheres? Qual a razão da lei Maria da Penha? Nada mais é que mostrar a submissão do negro ao branco, da mulher ao homem, e por aí vai. Quem está lendo este texto é sinal que frequentou uma sala de aula. Em consequência, pergunto: de quem foram as melhores notas entre alunos e alunas? O percentual final, sempre colocará as mulheres como mais inteligentes. Então, qual a razão de cotas?  No caso específico racial, acontece um fenômeno histórico, que foi abolido em 1888, mas que continua a existir até hoje, o da subserviência do negro ao branco. Não por culpa dos brancos, mas, sim, dos negros, com raras exceções, que aceitam pacificamente essa situação, e os que não aceitam partem para cobranças descabidas. Falei isso tudo porque tenho conhecimento de causa. Bisneto de escravo que foi assassinado pelo seu dono, por ter ele engravidado a filha dele que deu à luz minha avó; nasci em uma região de colonização europeia, e sofri preconceito na infância, na adolescência e, como adulto, por ser pobre, negro “de alma branca”, como se alma tivesse cor. Isso aconteceu até o dia em que resolvi deixar de ser o coitadinho e parti para a luta, estudando e me preparando psicologicamente para mostrar o meu valor, que deixarei para quem me conhece falar a respeito. Jamais precisei de cotas para ser o que sou, por uma simples razão: resolvi ser o que hoje sou. Aprendi a lição de que: você, e somente você, é responsável pelo que você é!

» Ruy Telles, 
Sobradinho