Opinião

Opinião: Uma nova perspectiva

''Passados exatos 99 dias desde a decretação do fechamento de bares, restaurantes e academias, chegou, sim, o momento de promover a volta responsável dos negócios''

A suspensão da liminar que impedia o Palácio do Buriti de promover a retomada de atividades não essenciais do comércio deu um novo ânimo aos empresários do setor de serviços da capital federal. Há a perspectiva real de que, a partir da semana que vem, diversas empresas poderão começar a receber o público, com a adoção de medidas de circulação e segurança. Passados exatos 99 dias desde a decretação do fechamento de bares, restaurantes e academias, chegou, sim, o momento de promover a volta responsável dos negócios.

O combate ao avanço do novo coronavírus é, sem dúvida, o maior desafio que os governantes enfrentam. E assim será por muito tempo. A gravidade da doença e os efeitos que ela provoca no sistema de saúde são conhecidos por todos. É praticamente consenso entre epidemiologistas e sanitaristas que as restrições à aglomeração de pessoas devem continuar por alguns meses. A medida atingirá shows, cinemas, teatros, casas noturnas, eventos esportivos e afins, mas e os pequenos ambientes? Algo precisa ser feito com urgência sob risco de extinção de muitas empresas.

Muitos bares e restaurantes funcionam, hoje, de forma “clandestina”. Sob o argumento de que podem funcionar para delivery ou retirada no balcão, comerciantes acabam atendendo os clientes em mesas escondidas dentro do estabelecimento. É uma prática que está disseminada em várias cidades do Distrito Federal, basta a fiscalização querer encontrar. Mas, em vez de punir os proprietários, que veem na burla à proibição em vigor a tentativa de sobrevivência do negócio, não seria melhor liberar parte da atividade, com multas pesadas para quem descumprir as regras, como, por exemplo, funcionar com 30% da capacidade? Afinal, o próprio cliente poderá decidir se sente-se seguro a ir a um bar/restaurante ou não. Ou é muito utopia?

Não estou propondo o liberou geral, nem a volta aos padrões de trabalho existentes antes da pandemia. Nada disso. A covid-19 é uma realidade que temos que saber enfrentá-la até o surgimento de uma vacina capaz de dar segurança à população. Novas regras sociais são necessárias, afinal, ninguém quer viver confinado dentro de casa para sempre. O papel de fiscal deverá ser exercido por todos nós. Em nome do bem comum da população.