Opinião

Sr. Redator

Coronavírus
É preciso reconhecer que o plano de prevenção do novo coronavírus implantado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), foi pioneiro e bem concedido, num primeiro momento. O problema é como as regiões administrativas entendem e como aplicam a flexibilização. Foi dado um alerta de como proceder, porém, essas RAs entenderam essa flexibilização como luz verde geral e abriram de forma totalmente descontrolada e infelizmente, com ares de indisciplina da população. O que se teve de ganho com o isolamento, que já foi muito penoso, se perdeu e a taxa de contágio aumentou. A questão política afeta muito! A ciência indica, mas até a ciência tem sido questionada. Todo mundo tem que ter responsabilidade. O governador tem que fazer sua parte, mas o principal é que temos de atuar como sociedade. O comerciante está sofrendo com elevados prejuízos e temos milhares de desempregados. As pessoas em suas casas se sentem impotentes: como fazer o vizinho entender que ele tem de fazer a parte dele? Há uma discussão sobre a liberdade de cada um, mas vejam a quantidade de pessoas que estão morrendo. Estamos nos aproximando de 50 mil mortos no país, mais gente do que a população da maioria das cidades brasileiras. Aqui, passamos dos 300 óbitos. Senhor governador, com meus respeitos, a cada dia, é editado um novo decreto flexibilizando determinados segmentos, em contrapartida, cresce o número de óbitos e o aumento na ocupação de leitos das UTIs.  Governador, será essa sua flexibilização de determinados segmentos uma pressão política? A vida do brasiliense não é prioritária? Ou a prioridade é a sua carreira política? Em tempo: essa data 19/6/2020, ficará na história do Brasil, o país chegou a marca de um milhão de casos do novo coronavírus! Triste história que o Brasil memorizará para sempre na área da saúde.
» Renato Mendes Prestes, Águas Claras

» O relato da leitora Lana Cunha (19/6), igual ao de todas as pessoas que procuraram serviços médicos, retrata a razão de quase 50 mil mortes por coronavírus no Brasil: recusa a tratar a doença enquanto é tempo. É um contrassenso da medicina praticada no SUS essa atitude expectante diante de uma infecção que não se sabe como vai se desenvolver em cada pessoa e que pode rapidamente levar a um estado gravíssimo. Cada minuto conta. A lógica manda atuar o mais precocemente possível para evitar internação e morte. Experiências clínicas no mundo todo e em diversos estados brasileiros mostram que há esquemas terapêuticos que economizam leitos hospitalares, se aplicados logo que a infecção se caracteriza. É absurdo que os médicos recomendem  ao paciente voltar para casa e esperar surgirem sinais de gravidade para ser internado. O alto número de internações e mortes é devido a protocolos impostos pelos governadores, os únicos responsáveis, por ordem do STF, a decidir as medidas a serem aplicadas em seus feudos. Por isso, a capacidade hospitalar pode chegar ao colapso.
» Roberto Doglia Azambuja, Asa Sul

E agora?

A prisão do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro calou, Fabrício Queiroz, calou o presidente Jair Bolsonaro — bendita prisão. A sujeira exposta pelo noticiário, com documentos que deixam enormes dúvidas quanto ao envolvimento do então deputado estadual Flávio Bolsonaro no esquema de rachadinha, gerenciado por Queiroz, embaçou as vidraças do Palácio do Planalto e coloca o presidente, pai do senador, nas cordas.  As postagens e entrevistas do senador trazem um argumento muito frágil. Dizer que o tema veio à tona para atingir o governo do pai não cola. As apurações sobre a corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro antecedem às eleições de 2018. Há dados que as operações recuaram para não interferir no pleito. Portanto, alegar que o alvo é o governo não é verdade. Mas como filho do presidente, obviamente, a lama chegará à Presidência. E não adianta o presidente Jair Bolsonaro querer dar uma de Lula: “Eu não sabia de nada”. Nesse um ano e meio de governo, o presidente reage de forma destemparada sempre que algum risco se aproxima de um dos seus filhos. Neste episódio, a prisão de Queiroz foi diferente. Em vez de expelir bravatas e fazer ameaças, preferiu o silêncio, pois a situação é muito preocupante. Explica em boa medida o desejo interferir na Polícia Federal. Coloca no subterrâneo as promessas de campanha, quando dizia aos eleitores que acabaria com a corrupção, quando dois suspeitos de corrupção estavam ao seu lado (o filho e amigo). E agora os militares vão continuar sendo os guarda-costas  e rachar os ônus do atual desgoverno que afundou o país no caos?
» Afonso Guimarães, Noroeste