Opinião

Visto, lido e ouvido

De volta ao passado

Com a questão da saúde da população brasileira, “oficialmente resolvida” de forma extemporânea e oportunista, com a abertura de muitas atividades comerciais e com o afrouxamento no isolamento social, cabe agora um olhar mais centrado na economia. Com o mesmo zelo com que foi tratada a questão da crise de saúde pública, assim serão encarados os números da economia, pós-pandemia. E é aí que mora o perigo. Sobre esse aspecto, o governo federal tomou a dianteira ao providenciar a recriação do que muitos estão chamando de novo Ministério da Propaganda, voltado não para as questões das comunicações do país, mas para dar um upgrade na imagem combalida.

Não se sabe ainda o que pode resultar da maquiagem dos números da economia, mas, por certo, mais uma vez, esses quantitativos e outros dados relativos ao aumento da riqueza e de retomada do crescimento se chocarão violentamente contra o muro da realidade. Não há muito o que esperar de uma possível recuperação da economia quando se sabe que o dever preliminar de controle da pandemia não foi completado a contento.

Na verdade, os números nacionais terão como primeira barreira séria às previsões do Banco Mundial de uma queda de mais de 8% da economia brasileira ainda neste ano, contra um encolhimento de mais de 5,2% do PIB global. Mas, nesse quesito, o banco alerta que essa projeção para o Brasil depende, ainda, do controle correto da pandemia.

Se o país não resolver a crise de saúde comme il faut, a queda do PIB nacional será ainda mais expressiva. É óbvio que nesse pacote de encolhimento da nossa economia virá, ainda, o aumento do desemprego e da miséria, tudo embrulhado num presente de grego, que poderá conter, no seu interior, um aumento assustador nos índices de violência,  por si os maiores do planeta.

Todo esse quadro complicado ganha ainda mais contornos preocupantes quando se verifica que, na gestão das incógnitas de saúde pública e da economia, está uma classe política insensível aos problemas nacionais e que tem de ser monitorada diuturnamente de perto pela polícia para evitar a escalada de escândalos já popularmente denominados de “covidão”.  Caso as projeções do Banco Mundial se confirmem com um encolhimento do PIB global de 5,2% esse será, sem dúvida, a maior e mais danosa recessão desde a Segunda Guerra Mundial, com a retração do PIB per capita a valores verificados em 1870, quando o Brasil vivia a saga religiosa de Antônio Conselheiro e início da crise que poria fim ao período imperial em nosso país.



A frase que foi pronunciada

“A primeira (riqueza natural), sendo mais nobre e vantajosa, torna a população descuidada, orgulhosa e dada a excessos; ao passo que a segunda (riqueza adquirida pelo tabalho) desenvolve a vigilância, a literatura, as artes e as instituições políticas.”

Thomas Mun foi um escritor inglês de economia (1571-1641)


Passeio

» Oportunidade única o país está tendo com as fronteiras de diversos países fechadas para os brasileiros. É hora de o turismo nacional ser incrementado sem o costumeiro abuso de preços. Brasil para os brasileiros. Por enquanto, passeios virtuais são possíveis. Comecem pelo Congresso Nacional. O Blog do Ari Cunha mostra como.

Novidade

» A partir deste mês, viaturas operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) serão equipadas com painéis publicitários contendo mensagens de prevenção a incêndios residenciais. O objetivo do projeto é inédito no país. Duas viaturas — uma do grupamento de Brazlândia, e outra do de Águas Claras — serão as próximas a ter equipamentos.

Prevenção

» Uma forma simples e efetiva de comunicação com a população de Brasília. Painéis nos carros dos Bombeiros alertam para atitudes perigosas que podem causar incêndio. O coronel George Cajaty explica que cada viatura será uma ferramenta não só de combate, mas de prevenção ao incêndio.

Auditoria cidadã

» Maria Lucia Fatorelli tem rico material para informar a população sobre as consequências econômicas para o país de interferências políticas e legislativas. Veja alguns vídeos no Blog do Ari Cunha.

Rarefeito

» Preparem-se para a guerra, é a tradução do nome escolhido da operação Para Bellum. Enquanto há maciça divulgação de respiradores desenvolvidos por uma equipe voluntária brasiliense, comandada por Hatus Souza Alves, que criou um respirador com custo de R$ 1.000, governos gastam milhões dispensando licitação com a justificativa da pandemia, enquanto poderiam dispensar a licitação pelo baixo custo da aquisição, se fosse mesmo a vontade política.

Perda total

» Parque Nacional de Brasília vai abrir, mas ainda sem permissão para o uso das piscinas. Cuidado com comida ou frutas em sacolas. Macacos da região não perguntam se a chave do carro ou o celular está com você. Eles, sorrateiramente, levam as sacolas para o alto das árvores. Muita gente já se aborreceu por lá. Não é por falta de aviso, justiça seja feita.



História de Brasília

E a empresa de maior prestígio no norte do país e agora dá à Vasp uma expansão extraordinária, que poderá ser bem-aproveitada, se o governo de São Paulo não usá-la para fins políticos. (Publicado em 10/1/1962)