Nesses tempos sombrios de pandemia, a Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que nove em cada 10 estudantes do planeta, de todos os níveis escolares, estão fora da sala de aula. Uma parcela significativa, cuja a porcentagem ainda não pode ser calculada, está assistindo aulas por meio dos diversos recursos digitais, segundo os métodos recomendados pela metodologia do educação a distância (EaD) .
Obviamente, esse tipo de aprendizagem é mais presente nos países desenvolvimento, que, há anos, vêm investindo e desenvolvendo métodos e estratégias para um ensino remoto de qualidade e eficácia. Em tempos de quarentena obrigatória o ensino a distância, quem diria, acabou por adquirir não apenas uma espécie de certificado de utilidade, como vem assegurando também um lugar cativo entre as modalidades de educação, consolidando-se como uma opção moderna e de comprovada aplicabilidade.
Em países de extensões continentais, como o Brasil, e com níveis de desenvolvidos muito desiguais entre as diversas regiões, o ensino a distância, que, à primeira vista, poderia ser uma opção de grande valia, encontra dificuldades de toda a ordem. Contudo, é preciso entender que, dentro dos critérios inerentes ao processo ensino-aprendizagem, é necessário obedecer a certas normas básicas de desenvolvimento da educação.
Primeiro, é necessário desenvolver e aperfeiçoar o ensino tradicional com aulas presenciais de atestada qualidade para, numa fase posterior e a longo prazo, poder introduzir um ensino a distância também de qualidade. Trata-se aqui de pré-requisitos que foram seguidos por outros países . Se as aulas presenciais, ministradas na maioria de nossas escolas, pecam no desenvolvimento e na qualidade, assim também serão as aulas a distância, transferindo as carências observadas de perto para longe.
Importante observar ainda, que no ensino a distância, um dos elementos essenciais do processo é a própria família que, nesse contexto, passa a atuar como coadjuvante de igual importância. E é nesse ponto que ficamos, mais uma vez, na rabeira de muitos países quanto à questão de qualidade de nossa educação. Nessa fórmula complexa, conta muito, ainda, a questão econômica da maioria dos brasileiros, agravada agora pela imposição de uma quarentena mal administrada em todos os sentidos. Estamos muito longe de termos um ensino a distância comparável aos países do primeiro mundo.
Estudos passados sobre os desafios urbanos e a democratização do acesso à educação mostravam que 28% das escolas localizadas nas grandes metrópoles brasileiras dispunham de ambientes ou plataformas digitais capazes de empreenderem ensino a distância de forma aceitável. Nesses últimos anos, pouco foi feito para equipar escolas e, principalmente, professores para a realidade do tele-ensino. Essa situação melhora um pouco nas escolas particulares, com cerca de 60% aptas para o processo, mas, ainda assim, distante do que vem sendo realizado em outros países mais desenvolvidos .
No meio rural, essa é uma realidade que sequer existe. “O que temos hoje por causa da pandemia é um ensino remoto de emergência. As escolas não estavam preparadas para levar o conteúdo para o remoto. O ensino a distância exige planejamento, o que não aconteceu com a covid-19, mas é fato, também, que esse ensino remoto deve mudar o modelo daqui para frente”, afirma Daniela Costa, coordenadora da pesquisa TIC Educação 2019.
A frase que foi pronunciada
A frase que foi pronunciada
“As piores dificuldades de um
homem começam quando ele se
habilita a fazer como prefere.”
T.H.Huxley (1893), biólogo britânico
Preto no branco
» São muitos idosos e jovens expostos a notícias negativas que vão dormir com palpitações e angústia. Está na hora de divulgar a realidade. Além das mortes, no Distrito Federal, por exemplo, quase 10 mil pessoas que estiveram internadas foram curadas do coronavírus. O Supremo Tribunal Federal (STF) manda divulgar todos os dias dados da covid-19. Que venham os dados positivos também.
Esperança
» Parece certo que haverá verba para o Festival de Cinema de Brasília. A cidade começa a efervescer.
Pés no chão
» Antes da covid-19, as notícias de violência não desgrudavam das páginas dos jornais. Feminicídio, infanticídio, suicídio. O comentário de um rapaz do ônibus da Ceilândia, onde um meliante manteve os passageiros como reféns e desviou a rota do coletivo, foi o seguinte: “Ou covid-19 ou violência. Os dois juntos ninguém aguenta”.
História de Brasília
História de Brasília
Estão jogando futebol na grama que a Novacap está plantando nas quadras da Fundação. Isto é coisa muito séria, e os pais deviam indenizar os prejuízos causados pelos filhos.
(Publicado em 9/1/1962)