Opinião

Sr. Redator


E daí?

Fortes emoções na entrada do Palácio da Alvorada. A voz embargou. Segurei o choro. Alvoroçados, deputados e deputadas se revesaram em insultos a imprensa. Orgulhoso, Bolsonaro monitorava a fila dos exaltados. O cercado dos jornalistas virou muro das lamentações. Cenário de colossal puxa-saquismo explícito. A língua sem freios de Bolsonaro novamente foi a causa dos faniquitos. O chefe da nação deveria patentear o rosário de grossuras. Confunde sinceridade com estupidez. “E daí?”É a resposta enviesada da vez. Depois, tenta adocicar a tolice. Mas o estrago foi feito. Nada a ver com o samba E daí?, de Miguel Gustavo, de 1959, interpretado pela divina Elizeth Cardoso.

Vicente Limongi Netto,
Lago Norte


» A estupidez de Jair Bolsonaro é ilimitada. Confrontado com o alto número de contaminações e mortes que estão ocorrendo no país, ele vociferou: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. Nem era preciso falar, pois não faz sequer a obrigação básica para a qual foi eleito: governar decentemente o país. Aliás, talvez a “namoradinha do Brasil”, que está sendo fritada com anuência do messias de araque, tenha acreditado que, milagrosamente ele se transformaria de monstro em ser humano. Para ela, eu digo: “Lamento, perdeu princesa!” O mais curioso é que os seus ruidosos seguidores parecem não se importar com nada que veem e escutam nos escarros de Bolsonaro. Acho mesmo que, se ele, plagiando o seu louco avatar americano, proclamasse que  “... aposto que se eu desse um tiro na cabeça da mãe de um desses idiotas que me cercam a todo momento, não perderia um voto sequer”. Pensando bem, eu não apostaria com ele. Ah, e falando em Trump, ele fez uma severa crítica a Bolsonaro, que sempre disse ser o “queridinho” do esquizoide americano, dizendo que o Brasil está com um surto muito sério de Covid-19, porque tomou o caminho contrário dos demais países da América Latina. No meu tempo, isso seria comentado à boca pequena da seguinte forma: “...o covarde fez mal ao Jair e depois o abandonou na rua da amargura”.

José Salles Neto,
Lago Norte


» Na quarta-feira, o STF, em decisão monocrática, suspendeu a posse de Alexandre Ramagem para a Polícia Federal, invocando, com base nas declarações à imprensa de Sérgio Moro, a moralidade administrativa e a impessoalidade. Os argumentos jurídicos a favor ou contra a decisão são relevantes. Mas analiso a dicotomia sobre outro ponto: direito x moral. Legitimar mais uma decisão ativista do STF sobre a política porque concordamos com a racionalidade moral que lhe deu ensejo é o mesmo que legitimar que o direito possa ser filtrado pela moral. E, se aceitarmos que o direito possa ser filtrado pela moral, uma separação advinda das mais iluministas e modernas correntes filosóficas, indagaríamos quem deve filtrar a moral. E qual moral? A sua, a minha ou a do Judiciário, com sua enorme capacidade de “falar por último”? Eis o ponto nodal.

Ricardo Santoro,
Lago Sul


Ilegalidade

O ministro Alexandre de Moraes deveria estar careca de saber que a indicação de diretor da Policia Federal é prerrogativa do presidente da República, mas como ele, ex-ministro da Justiça, que foi indicado “politicamente” para Supremo Tribunal Federal (STF), por jamais ter dado conhecimento ao presidente do que acontecia naquela autarquia. Os argumentos por ele usados para aceitar esse pedido “de cunho político” foi uma prova mais que evidente, da falta de credibilidade desse tribunal, que deixa pilhas e pilhas de processos a serem julgados, para aceitar mandado de segurança, impetrados por inimigos políticos do presidente, pelo simples fato de saberem das intenções do indicado, em investigar uma série de acontecimentos, de interesse da nação, mas que poderia chegar nas hostes do próprio STF. Essa medida teocrática e “burra” poderá ser transformada no pequeno viés necessário para uma intervenção, pois o Centro de Informações do Exército, assim como a Agência Nacional de Informações, que levam as informações à Presidência, o mantém informado, diariamente. Não por acaso o comandante do Exército disse, em seu depoimento: “O braço forte autuará se for necessário, e a mão amiga estará mais estendida do que nunca aos nossos irmãos brasileiros”.

Ruy Telles,
Sobradinho