Ayrton Senna
Parabenizo o jornalista Fabio Perrotta Jr, pois fiquei encantado com a sua reportagem Tempo de saudade (30/4, caderno Vrum), um dos mais belos textos que já li sobre Ayrton Senna. Eis a marca de uma história que não deixa o coração e a mente dos brasileiros... Este é o dia e o local intitulado como o da grande perda. Mas, também, o dia da transmutação de um homem em herói... San Marino, Imola, Itália. 1º de maio de 1994! Há 26 anos. E parece que foi ontem. Pois ainda ouvimos o ronco dos motores... O olhar abatido e pensativo antes do início da prova... Uma sensação de “há algo errado” paira na expressão do herói... Uma crítica ao esquema de segurança dos demais companheiros... Tudo lhe frisava uma repressão de vidência pois, assim, são todos os heróis, anteveem fatos e situações, tempos e épocas. Aparecem de épocas em épocas na humanidade focando luzes novas para revelar-nos saídas e desafios a superar. Cravou em nossos corações a franqueza da luta independente do peso das ferramentas que iremos carregar para trilhar o caminho da realização. Hoje, jovens, crianças e adolescentes acompanham ou participam com alegria e entusiasmo dos seus programas sociais e superam violência urbana, a gravidez precoce, o uso de drogas e a violência doméstica. E elegeram Ayrton Senna como o grande ídolo, numa época em que faltam referenciais e valores de positividade para nossas gerações. Parabéns, Ayrton, você é inesquecível.
José Ribamar Pinheiro Filho,
Asa Norte
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro cavou um abismo a seus pés ao lutar contra a realidade trágica da Covid-19. Para consolidar essa crise sanitária, teve a saída do seu governo do então ministro da Justiça Sergio Moro. Pelo visto, salvo melhor juízo, creio que não há saída honrosa para ele diante de recessão econômica, pois o ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê um PIB negativo de 4%, há bancos projetando até 6%, e de um dramático número de mortes, que passou à casa do milhar em mais de um mês de quarentena. Considero-me uma pessoa sensata e coerente, inclusive fui eleitor do Bolsonaro, porém, com meus respeitos, mas as demonstrações diárias de irresponsabilidade acintosa vão ganhando perigosos ares de desequilíbrio comportamental, que em vez de aumentar suas chances de concorrer à reeleição, vão lhe tirando essa possibilidade, reduzindo seu apoio a cada dia. O desgaste de Bolsonaro só se acentuará nos próximos anos, caso permaneça na Presidência, uma vez que ele é incapaz de ser outra pessoa. Era assim antes da campanha, mas era o que tinha os que queriam alijar o PT, entre os quais eu me incluo. Infelizmente, o ex-capitão e ex-deputado Jair Bolsonaro, ajudado pelo voto útil contra o PT, conseguiu eleger-se presidente, mas destruiu capital político com a demissão do então ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Em tempo: o interesse de Bolsonaro por informações e relatórios de inteligência dá validade a essa antiga denúncia do falecido Gustavo Bebianno.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
» O presidente Bolsonaro continua com os seus destemperos verbais, fazendo declarações agressivas que beiram o deboche, como essa “E daí”, ao ser lembrado que ultrapassamos a China em mortes pelo Covid-19. Meu presidente, falo assim por ter feito campanha e votado em V. Exa., take it easy, vá com calma, relaxa, pega leve quando responder a esses jornalistas que adoram testar o seu pavio curto. As suas declarações espontâneas e desconcertantes pegavam bem no ambiente do Congresso Nacional, onde ouvimos expressões que agridem os nossos ouvidos, e até cusparadas, como aquela do ex-deputado Jean Wyllys disparada contra V. Exa. Como presidente, esperamos um comportamento mais comedido, à altura do Supremo Mandatário da Nação respeitando a “liturgia do cargo”, no dizer do ex-Presidente Sarney. Mas, como diz o ditado: se conselho fosse bom não se dava, se vendia. Estas considerações V. Exa. pode jogar no lixo; porém, tenha certeza de que muitos panelaços de hoje em dia vêem de pessoas que votaram em V. Exa.
Paulo Molina Prates,
Asa Norte
» Não fui às ruas manifestar minha insatisfação com o Legislativo e o Judiciário. Parte da mídia crivou o presidente da República, dizendo que estava incitando o povo a fechar o Supremo e o Congresso. Ultimamente, o senhor Rodrigo Maia deixou de querer ser “presidente da República” e pede conciliação ao chefe da nação. Via de regra, quem manda no país é o presidente eleito democraticamente. Agora, numa tentativa de desestabilizar e até mesmo, supostamente, tentar derrubar o presidente Bolsonaro, um ministro do Supremo age politicamente, como vem ocorrendo em alguns tópicos daquela Corte e, numa canetada monocrática, interfere no Executivo ao determinar a não posse do diretor da PF, amigo de Bolsonaro e filhos. A atitude do mandatário do país de nomear seu pupilo é legal? Sim. Mas é imoral. O Supremo agiu, talvez com base em jurisprudência esquecendo que Moreira Franco assumiu o cargo indicado por Temer. É um balaio de gato sem precedente. Vamos ver essa queda de braço. Espero que Bolsonaro não se corrompa, como fizeram outros presidentes no passado para se manterem no cargo.
José Monte Aragão,
Sobradinho