Depois da primeira tormenta
Passada a crise de pandemia, em tempo ainda incerto no futuro, o que se sabe é que todo esforço possível terá de ser realizado para que uma crise econômica, de proporções magníficas, não leve o país a estado terminal, capaz de transformar as agruras de uma quarentena em um saudoso sonho de verão.
Pelo que se tem visto até agora — e pela afoiteza com que políticos de todas os matizes ideológicos têm se atirado sobre os recursos públicos, em nome de uma falsa salvação nacional —, é óbvio que o esforço feito pela equipe econômica, desde a posse do presidente Bolsonaro, até o fim do primeiro trimestre deste ano, está sendo irremediavelmente escoado pelo ralo da incúria. Não só regressamos ao ponto de partida em janeiro de 2019, como podemos estar indo mais além, recuando a um passado de recessão e depressão econômica que acreditávamos ter deixado em 2017.
Não que se descarte a importância de ações e de um conjunto de projetos voltados para o momento de urgência social. Todos os países que experimentam essa crise de saúde pública estão adotando as mesmas medidas emergenciais, garantindo renda e outros benefícios à população. Nesses países, todos os esforços vêm sendo feitos dentro de objetivos que visam assegurar não só a sobrevivência dos indivíduos nesses meses difíceis, mas, sobretudo, para garantir que dignidade e outros valores humanos da sociedade não sejam abalados pelos efeitos da pandemia de longa duração.
Por aqui, a falta de uma base política dentro do Congresso tem servido para que os políticos, contrariados com a pouca atenção dada pelo governo aos seus pleitos e interesses próprios, dificultem a adoção de medidas urgentes e razoáveis. Para essa turma, que faz oposição mesmo em meio à pandemia mortal, todo esforço vale para desmontar o que vinha sendo realizado pela equipe econômica até aqui para colocar em ordem as finanças públicas. Nesse intento niilista, o que uma parte das bancadas temáticas almeja é enfraquecer o governo e não resolver problemas sociais imediatos.
Uma outra banda tem se empenhado em ampliar ao máximo a ajuda emergencial, não com objetivos puramente humanitários, mas com vistas a fortalecer suas bases políticas nos estados, repassando a governadores e prefeitos os bilhões de reais restantes nos cofres públicos. Como o horizonte desses profetas dos caos é sempre delimitado pelas próximas eleições, o passivo dessas montanhas de dinheiro que estão saindo do Planalto Central para todas as unidades da Federação deverá ser coberto pela população logo depois que a primeira tormenta passar.
A frase que foi pronunciada
“Ao homem que ama a sua pátria, insensato na opinião de alguns filósofos, apraz mais quando o Estado periga soçobrar até o último alento entre naufrágios e tempestades públicas, embora não o obrigue nenhuma lei, do que viver regaladamente no cúmulo da tranquilidade e do repouso.”
Cícero (106–43 a.C), advogado, político, escritor, orador e filósofo da República Romana
Brasileira
Um artigo da doutora Elanara Neve, publicado no conceituado British Medical Jounal, sugere a troca de protocolo no atendimento a pacientes com Covid-19. Verificando a trombose nos pulmões dos pacientes que não resistiram ao tratamento, ela teve a ideia de experimentar anticoagulantes. Deu certo entre 27 pacientes tratados. Nenhum faleceu, só dois permanecem hospitalizados e os outros estão completamente curados. A medicação é de baixo custo, podendo ser adotada pelo SUS. Não será necessário adquirir equipamentos caros para a cura desta doença.
Economia
Câmara dos Deputados divulga erros da PEC 10//2020 que podem induzir deputados a equívocos. Veja no Blog do Ari Cunha detalhes desse orçamento de “guerra” esmiuçados por Maria Lucia Fattorelli.
Denúncia
Reclamações de consumidores enganados por empresas de empréstimos e financiamentos precisam ser monitoradas pelo sistema financeiro. O melhor seria um disque-denúncia para que, principalmente, idosos tenham um canal para orientação e reclamação. Há de tudo nesse meio. Desde posse de mailing por amigos gerentes até orientação para atendentes omitirem dados do contrato. Basta ver no Reclame Aqui.
História de Brasília
Um funcionário da Rede Ferroviária Federal, que ninguém sabe o nome, foi à França e aos Estados Unidos a serviço. Recebeu, entretanto, uma passagem com este itinerário: Rio –Lisboa, Madri, Paris, Bruxelas, Londres, Amsterdã, Hamburgo, Copenhague, Estocolmo, Helsink, Leningrado, Moscou, Varsóvia, Praga. Viena, Atenas, Roma, Milão, Zurique, Stutgart, Frankfurt, Dusseldorf, Berlim, Tóquio, Honolulu, Los Angeles, Denver, S. Paul, Nova York, Montreal, Otawa e Rio. (Publicado em 5/1/1962)