Relativismo
Em 16 de novembro de 2015, o jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto escreveu em seu blog: “Instalou-se neste começo de século um inacreditável, um onipresente, um indefensável, um tristíssimo relativismo político e cultural. O Mal do Relativismo se manifesta assim: alguém fala da estupenda roubalheira na Petrobras. Logo aparece uma voz para relativizar: “E o PSDB?” Se alguém fala de algum malfeito do PSDB, imediatamente aparece um relativista para perguntar: “E o PT?” Deus do céu... Jamais o debate político esteve tão miseravelmente depauperado. É “o horror, o horror, o horror”. Diante do festival de argumentos relativistas, só há uma saída: o estridente silêncio do cansaço. Um dia, quem sabe, a Praga Relativista dará lugar a um “sistema de pensamento” menos primário. O pior é que os praticantes do relativismo nem sabem, mas, na prática, terminam providenciando uma “justificativa” para todo mal. Ah, tempos medíocres... Em 22 de agosto de 2016, menos de um ano após escrever o texto acima, Geneton viria a falecer, enquanto a “praga relativista” avançava tal qual rastilho de pólvora no chão do rasteiro debate político brasileiro. “O horror, o horror, horror”. Diante desse “inacreditável, onipresente, indefensável e tristíssimo relativismo político e cultural”, só me resta, mestre Geneton, fazer-lhe companhia e tristemente aderir também ao “estridente silêncio do cansaço”.
Francicarlos Diniz, Asa Norte
Coronavírus
Ao ler a matéria sobre o querido e competente ministro da Saúde, Henrique Mandetta, faço apelo aos governadores de Goiás, São Paulo e Distrito Federal que revejam suas posições e não flexibilizem as atividades do comércio e shopping centers antes de junho, porque os meses de abril, maio e junho serão de elevação acentuada do pico da infecção do coronavírus, o mesmo apelo faço ao prefeito Evandro Magal, que até hoje, tem conduzido de forma exemplar a Prefeitura de Caldas Nova no combate ao vírus. Mesmo sabendo das pressões que esses governantes vêm sofrendo dos comerciantes para que se reabram o comércio, mais vale uma vida do que os altos lucros dos empresários, que só visam seus interesses pessoais em detrimento da saúde do povo brasileiro.
Simão Szklarowsky, Asa Sul
» Em tempos de coronavírus as atitudes negativas de algumas autoridades podem colocar o DF em alerta de um aumento exacerbado de pessoas contaminadas. Essas atitudes não contribuem em nada para o bem da população brasiliense. Na semana do feriado, o presidente Jair Bolsonaro foi para as ruas, coçou o nariz e apertou as mãos de pessoas idosas, entrou em uma padaria e fez um lanche no balcão, desrespeitando o decreto do Governo do Distrito Federal, que proibia pessoas fazerem uso de alimentos nos balcões das padarias. Indo quase na mesma linha do presidente, o governador Ibaneis, que foi uns dos primeiros a decretar o isolamento social no Brasil, também não cumpriu com as suas próprias determinações e viajou para o Nordeste em seu avião particular com a sua família e alguns amigos, para passar o feriado da Semana Santa e a comemoração da Páscoa. Porém, antes de viajar, o governador deixou um decreto assinado permitindo a abertura de mais algumas lojas, correndo o risco de aumentar o número de pessoas nas ruas, justamente no período em que os especialistas da saúde alertam para o perigo do aumento de contaminação pelo coronavirus. Até quando, nós, cidadãos, que trabalhamos 12 meses, sendo seis são somente para pagar impostos, teremos que conviver com os abusos e as vaidades das nossas autoridades ?
Evanildo Sales Santos, Gama
» Difícil acreditar que os generais, almirantes e marechais, com formação primorosa, que compõem a nata das forças militares, não expressem preocupação com as atitudes do presidente da República, que desafia a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do ministro da Saúde do país. Bolsonaro tem, por meio de gestos e discursos, desafiado a ciência e estimulado a população a se insurgir contra a principal recomendação das autoridades em saúde: o isolamento social para evitar que haja um explosão do número de pessoas infectadas pelo coronavírus, a ponto de obrigar os profissionais de saúde a fazerem “uma escolha de Sofia”, frente ao colapso da estrutura hospitalar e falta de insumos ao bom atendimento. Será que o fato de serem militares, submetidos à rigorosa disciplina e às rígidas regras hierárquicas, perderam a sensibilidade? Não conseguem perceber que a vida de milhares de brasileiros está em risco diante se uma decisão açodada de suspendere a quarentena? Quantos brasileiros terão de morrer para que tomem uma atitude que enquadre o comandante em chefe que mais se preocupa com os interesses empresariais e, não há dúvida, dos líderes religiosos neopentecostais que estão perdendo dinheiro com as medidas de isolamento social? A cúpula pensante e inteligente das Forças Armadas precisa se manifestar com mais veemência e decidir se está do lado da sociedade ou de um capitão que foi expurgado das fileiras do Exército por tentativa de terrorismo. Será que os senhores serão omissos quando o país está sendo empurrado para o abismo pelas mentiras e pelo comportamento inadequado do titular do Palácio do Planalto? A indeferença não seria a negação do juramento de defender a pátria?
Mário Henrique Duarte, Park Way