Do debate ao combate
Quando se diz, com razão, que Deus ri de quem faz planos, é porque essa não é a primeira vez nem será a última que projetos, elaborados, às vezes, nos mínimos detalhes e com grande esmero, facilmente evaporam quer pelas vicissitudes da vida, quer mesmo pela indiferença do tempo, para o qual nada nem ninguém é para sempre. Esse parece ser exatamente o que está por ocorrer com as próximas eleições. Quis o acaso que a data prevista em lei, para a realização de todo o calendário eleitoral de 2020, quando seriam decididos os destinos políticos de 5.570 municípios brasileiros, trombasse de frente com a maior pandemia de todos os tempos, aprisionando grande parte da humanidade em casa e apontando para o que possivelmente poderá se transformar na maior recessão econômica experimentada em séculos. Para início de conversa, isso não é pouca coisa. Com certeza é infinitamente maior do que qualquer pleito eleitoral. É também bem mais grave.
Para o mundo miúdo e até não inteligível dos políticos, esse parece ser apenas um contratempo menor, de fácil solução. Tanto é que, mesmo diante do iminente naufrágio do transatlântico Brasil, eles insistem em ficar agarrados ao baú pesado do fundo eleitoral e partidário, indiferentes ao encontro da fatalidade. Tanto o calendário quanto os recursos estão a salvo. Pelo menos é no que acreditam. Enquanto as águas do dilúvio invadem furiosas o convés, nossos políticos seguem na proa contando os níqueis, como num butim, em que a divisão do rapinado é feito ao som das sirenes da lei que se aproxima.
De fato, quais propostas e que tipo de campanha podem ser realizadas ainda este ano? Quais novas promessas podem ser alardeadas? Que espécie de eleitor ainda dá ouvidos a esses cantos de sereia? Da mesma forma, como dizia o filósofo de Mondubim, repetindo Einstein, “Deus não joga dados”, significando que não há acasos e tudo acontece numa sequência lógica de causa e efeito, o que, obviamente, foge à compreensão do pragmatismo do mundo político.
Contrariamente à noção de que não temos controle sobre as forças da natureza, temos ainda que acreditar na capacidade de administrar nossas vidas e agruras em sociedade, prescindindo da ação desse modelo político que aí está, de pé sobre os escombros discursando para o vazio.
A transformação dos debates sobre o combate à pandemia e seus reflexos na vida do país foi apequenado claramente por disputas políticas, num prenúncio do que está por vir em outubro com suas urnas inauditáveis.
Para a população, a simples transformação improvisada e emergencial de nababescos e inúteis estádios de futebol em hospitais de campanha, feito de lona, demonstra, na prática, a distância imensa entre o que pretende a classe política, com essa e outras eleições e o que necessitam os brasileiros hoje e sempre. Enquanto permanecemos todos dançando uma melodia misteriosa, entoada a distância por um invisível jogador (Deus), o melhor, por agora, é recolher as urnas.
A frase que não foi pronunciada
“Daqui a 20 anos, você ficará mais decepcionado com as coisas que não fez do que com as que fez.”
Mark Twain, foi um escritor e humorista norte-americano crítico do racismo
Uma lástima
Fale com o administrador é o nome do grupo do WhatsApp para resolver questões comunitárias do Lago Norte. Um pequeno exemplo do que ocorre no campo das ideias neste país. O nome do grupo não poderia ser mais claro. Interessante notar que quando as pessoas seguiam as mínimas normas de civilidade, bastava postar uma reclamação com a foto, esclarecendo sobre o fato, local e rapidamente o administrador Marcelo Ferreira da Silva e sua equipe providenciavam a melhoria do local. Maçãs podres infiltradas trazendo a dissidência ao grupo, com assuntos não pertinentes às solicitações feitas à administração, exaltadas até com palavrões, mancharam a ideia inicial prejudicando a todos. Independentemente de classe social, a educação nada tem a ver com conta bancária. Conseguiram com que ninguém suportasse mais participar da iniciativa. Roubaram uma ferramenta poderosa entre moradores e governo. Vamos acompanhar como reagem os interessados em manter o nível do grupo.
Primeiro passo
Por falar em educação, o programa do Brasil Paralelo, Pátria Educadora precisa de financiadores para o Plano Patriota, R$10 por mês. Veja no Blog do Ari Cunha que trabalho cirúrgico sobre a educação no Brasil. O caos, o caminho por onde a verba da educação vai sendo talhada, tudo de forma científica, didática e apolítica. Investimento que pode resolver o futuro dos seus netos.
Direito inviolável
Um vídeo divulgado pelo centro de aprendizagem do The Life Institute mostra como reage um feto durante o aborto. A tecnologia desse século permite o acompanhamento de imagens chocantes. Pelos depoimentos científicos, fica claro que o primeiro caso, Caso Roe contra Wade, (nascido de uma mentira, diga-se de passagem) em que a Suprema Corte norte americana autorizou o aborto poderia ter um destino diferente. Há vida indefesa, há sofrimento.
História de Brasília
Ainda sobre árvores: no caminho do Aeroporto, foram abertas 172 covas para árvores. Foram colocadas as mudas mas apenas 67 covas foram fechadas. As mudas das 105 restantes estão há uma semana ameaçadas de morrer, porque não terminaram o serviço. (Publicado em 4/1/1962)