Felizmente, a Câmara dos Deputados e o Senado, casas do povo, ainda são esperança para nós, para que não tenhamos que prejudicar, no país e particularmente em Brasília, o socorro aos empresários em crise. As falências chegam pela paralisação do comércio, que, em cascata, atingem a produção industrial e a venda dos produtos aos consumidores. Desordem na economia ao excluir do sistema de assistência social a participação dos empresários.
A medida provisória que corta pela metade os recursos do Sesc, Senac, Sesi, Senai e tantos outros serviços sociais que a iniciativa privada presta é injusta e ilegal. Afirma que a ação é só por três meses, mas traz embutido o ovo da serpente. Há muito essa MP era dita como morte anunciada.
Terrível, a mera comprovação de uma tese econômica pode ser paga com vidas humanas. Estão tentando nos imobilizar neste instante tão dramático. A pandemia da Covid-19 atingiu Brasília de maneira cruel. Até o final de 2020, haverá a falência econômica de R$ 1,2 bilhão nos cofres do governo. Brasília vive calamidade pública. O novo coronavírus provocou prejuízo de R$ 500 milhões, e 20 mil demissões no comércio. A morte gera perda sem reposição. É pedaço arrancado de nós. Dor sem palavras.
O fim do sonho de um empreendimento é ferida incurável. É golpe de muitas vítimas. O empresário morto deixa viúva e dezenas de filhos com carteira assinada cujo destino está marcado. Assim, como no resto do Brasil, está Brasília: vazia de empregos e amedrontada.
Não há termômetro melhor para sentir a febre de uma infecção no setor de serviços que o comportamento das linhas aéreas. No país, os voos nacionais caíram 75% em março, os internacionais diminuíram 95%, e as reservas de hospedagem até junho mergulharam 90%. A área do turismo é quem sente os primeiros efeitos, mas em Brasília, cidade de serviços, e nas demais, eles só serão percebidos depois.
A ação destruidora da Covid-19 no campo da economia gerou uma reação quase igual e contrária. O governo anunciou medidas de crédito às empresas aéreas e empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no volume de R$ 35 bilhões. No Distrito Federal, tivemos o pulso, a sensibilidade e a urgência do comando de um governador. Ibaneis Rocha determinou ao Banco de Brasília, no qual o GDF é o maior acionista, que corresse em socorro da aflição dos empresários.
O Banco de Brasília (BRB) anunciou a abertura de crédito de R$ 1 bilhão para os empresários que tiveram prejuízos após o caos da Covid-19 no Distrito Federal. De acordo com o banco, o empréstimo seria adquirido por meio do BRB Progiro — Capital de Giro. Para conseguir o benefício, as empresas precisam ser associadas à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) ou à Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL). O BRB forneceu juros de 0,80% a.m., com seis meses de carência e 36 meses para pagar.
A presença da Fecomércio marca a diferença. Significa a participação direta da comunidade de Brasília na luta pela sobrevivência do comércio de bens, serviços e turismo. Ao todo, são 28 sindicatos que representam a maioria dos ofícios que servem à população.
Saiba Mais
Entre nós, existem pontes de solidariedade. Essa experiência amarga trouxe um recado: a solidariedade humana também se aprende no sacrifício.
* Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecormércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)