Opinião

>> Sr. Redator

Colapso A sensibilidade do presidente Bolsonaro é inigualável. Na entrevista em que o ministro da Saúde reconheceu que o sistema de saúde entrará em colapso no auge da crise causada pelo coronavírus, o presidente declarou que, se superou uma facada, não será uma %u201Cgripezinha%u201D que vai derrubá-lo. O país e o planeta vivem uma das piores tragédias deste século, comparável à Segunda Guerra Mundial, e o presidente desdenha e subestima os danos causados pelo novo coronavírus. Ele não consegue dimensionar os estragos do micro-organismo na humanidade. Não lê o noticiário nem ouve o que o seu ministro da Saúde está anunciando para o país. Nega, publicamente, o alto risco da pandemia, que até agora matou mais de 11 mil pessoas no mundo. Hoje, a crise está circunscrita à classe média. Mas quando chegar aos segmentos de baixa renda, a previsão é de que haverá alto índice de mortalidade no país, pois a rede pública não está preparada para atender a todos. E sabe-se que o Sistema Único de Saúde (SUS), o melhor modelo do mundo, desde a sua criação, vem sendo bombardeado pelos mercenários da saúde %u2014 os planos de saúde. O SUS foi a melhor e a mais importante criação da Constituição de 1988, ao estabelecer que a saúde é um direito de todos, e dever do Estado. Os sucessivos governantes relegaram o SUS a segundo plano, sem os investimentos devidos e necessários à expansão e ao fortalecimento do serviço público de saúde. Hoje, diante da calamidade causada pelo coronavírus, o titular da Saúde reconhece que o colapso é iminente. Essa constatação é resultado do desleixo e da corrupção que sempre contaminou as estruturas do Estado brasileiro. » Evaristo Carvalho, Lago Norte Mundo paralelo O mundo do esporte compreendeu a seriedade do coronavírus e suspendeu as competições. O mundo da cultura compreendeu a seriedade do coronavírus e suspendeu os espetáculos. O mundo da educação compreendeu a seriedade do coronavírus e suspendeu as aulas. O mundo da política compreendeu a seriedade do coronavírus e suspendeu o bate-boca estéril. Todo mundo compreendeu a seriedade do coronavírus e está suspendendo suas atividades. O mundo paralelo de Bolsonaro não compreende a seriedade do coronavírus e não suspende o seu show particular cada vez mais sem platéia. » Francicarlos Diniz, Asa Norte » Senhor presidente Jair Bolsonaro, com todo o respeito, lidere essa guerra contra o novo coronavirus. Capitão, as vidas dos meus melhores amigos e da minha família e de milhares de brasileiros, dependem de suas decisões. Caia na real, deixe as festinhas pra depois. Hospitais de campana virão a calhar em todos os estados. » Valdir Pereira Nunes, Ceilândia Congresso remoto Com a pandemia assolando o mundo, possibilitou a inauguração no Brasil da primeira sessão remota da história do Legislativo, onde parlamentares, sem sair de suas bases eleitorais, exerceram suas funções com custo zero. Tal práticanos leva a sugerir que a medida seja adotada, em definitivo, o que acarretará substancial economia aos cofres públicos, pois deixaremos de ter dispêndio na locomoção dos parlamentares de suas bases para a Câmara e Senado em Brasília-DF. Por outro lado, as despesas com servidores diminuirá em pelo menos 70%. Os contribuintes agradecerão. » Armando Ribamar de Carvalho, Lago Norte Moradores de rua Estou acompanhando, diariamente, as entrevistas do ministro da Saúde por causa da pandemia do coronavírus. Desde a do posse presidente Jair Bolsonaro, as políticas sociais deixaram de existir. Ele acabou, inclusive, com a participação de representantes da sociedade civil nos conselhos definidores de políticas públicas. Mas o que assusta muita gente é que nas entrevistas do ministro da Saúde não houve sequer um aceno sobre o que o governo está pensando em relação aos moradores, meninos e meninas em situação de rua. No Distrito Federal, há quase 4 mil pessoas em situação de rua, a maioria delas com distúrbios psicológicos e psiquiátricos. Estima-se que são cerca de mil meninas e meninos na mesma condição e, em todo o país, somariam mais de 70 mil. Uma das recomendações das autoridades é que as pessoas lavem as mãos muitas vezes ao dia, para se protegerem do contágio do coronavírus. Esses adultos, crianças e adolescentes que vivem ou moram nas ruas não têm como atender a recomendação. A maioria não tem como tomar um banho. E aí, como os governos federal, estaduais e municipais vão cuidar dessa questão? Ou será vão optar por um %u201Cdeixa pra lá%u201D, %u201Cse morrerem é menos uma preocupação%u201D? » Maria Amélia Vegas, Asa Sul