Até aqui, as consequências da catástrofe que se abateu sobre o mundo são tão imprevisíveis e devastadoras que se tornaram um desafio para toda a humanidade. Inclusive para os fervorosos adeptos do quanto pior melhor. Na economia, só para se ter uma ideia da magnitude do estrago, apenas na semana passada nada menos que 38 bancos centrais no mundo se viram obrigados a cortar juros. Entre eles, o do Brasil. Mas isso não chega a ser nada comparado com o derretimento do PIB, o total das riquezas produzidas no país.
Na sexta-feira, o Ministério da Economia revisou a estimativa de crescimento de 2,1% para 0,02%. E, se ficar no zero, já será lucro. A previsão do Centro de Macroeconomia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, é de que a pandemia pode levar a um tombo de até 4,4%. Nos mercados, pânico, histeria e especulação se uniram de forma avassaladora. Ninguém sabe até quanto o dólar vai subir. Nem é capaz de medir o fundo do poço da Bolsa. Na seara econômica, aliás, já não dá para prever mais nada.
O que se observa, a esta altura dos acontecimentos, é que os estragos econômicos não podem ser argumento para se deixar de tomar as medidas necessárias contra a catástrofe que novo vírus já impôs à humanidade. Mesmo com cientistas afirmando, e os dados confirmando, que, em cerca de 80% dos casos, os infectados desenvolverão quadros leves da doença, a pandemia de medo se instalou no mundo. Países que já superaram a fase da histeria, como China e Coreia do Sul, adotaram a estratégia do isolamento e dos testes em massa e, à primeira vista, estão conseguindo resultados alentadores na luta contra a Covid-19. Não importa quanto custe o teste e o impacto que isso terá na economia. É testar, testar, testar e isolar, isolar, isolar.
Não é momento para guerra política, como bem mostrou o Congresso ao aprovar, sem delongas, o estado de calamidade pública no país. O que mais importa, agora, é salvar vidas.