Opinião

Artigo: Novas formas de afetos

É doído não abraçar e não beijar aqueles que mais amamos neste mundo: filhos, pais, irmãos, cônjuges

No momento em que este artigo era entregue para impressão, havia no Distrito Federal 34 casos confirmados de coronavírus, cinco deles de transmissão local e quatro crianças com suspeita da doença.
Neste exato momento, certamente o número será muito maior. Mas, apesar disso, não é preciso entrar em pânico. Pelo contrário, quanto mais racionais formos, mais fácil será encarar o período necessário de isolamento.

A medida é essencial para que a curva de infectados pela Covid-19 se mantenha o mais horizontal possível, ou seja, para que menos pessoas contraiam a doença e para que isso ocorra em períodos diferentes. Isso ameniza as chances de sobrecarga nas redes pública e privada de saúde.

É preciso lembrar, ainda, que o outono e inverno estão chegando e, com eles, o aumento da circulação de até 21 tipos de vírus causadores de diferentes tipos de gripe. O que dá certa tranquilidade são as medidas adotadas pelo Governo do Distrito Federal de uma semana para cá e perceber que as pessoas começam a entender a gravidade do caso (apesar dos maus exemplos).

Acima de tudo, o momento exige de cada um nós, a maior porção de civilidade, humanidade, sororidade, solidariedade. Depois de um longo período de ataques alimentados pela polarização política, é hora de mergulharmos no que o ser humano tem de melhor. Não será fácil!

É doído não abraçar e não beijar aqueles que mais amamos neste mundo: filhos, pais, irmãos, cônjuges. Entre tantos memes e cards nas redes sociais, um me tocou profundamente. Era algo como: vamos nos distanciar agora para que possamos nos abraçar o mais breve possível. Difícil explicar para as crianças. Difícil negar beijo e abraço dos pequenos. Mas pelo bem de todos, devemos, cada um de nós, descobrir outras formas de demonstração de afeto. Que tenhamos sabedoria!