Sobrevivemos aos vírus influenza, durante as gripes aviária e suína. Também conseguimos superar o próprio coronavírus, nas epidemias das síndromes respiratória aguda grave (Sars) e do Oriente Médio (Mers). Nunca antes, contudo, sucumbimos tanto quanto diante do novo coronavírus, Covid-19. Um apagão inédito e assustador tomou conta do mundo.
Fronteiras foram fechadas e turistas brasileiros estão presos no exterior, sem ter como voltar para casa. As companhias aéreas estão à beira do colapso, com a queda vertiginosa na demanda por viagens. O setor de serviços encolhe a olhos vistos. Entretenimento e negócios ficaram a ver navios, pois quase todos os grandes eventos marcados para março e abril foram cancelados. Com isso, o fluxo nos hotéis, nos restaurantes e no setor de transportes minguou.
A frágil economia brasileira nem saiu do atoleiro e vai voltar à recessão. Desta vez, na companhia de países muito mais bem preparados para isso. Quem pode está trabalhando remotamente de casa, o que torna as ruas estranhamente calmas. Supermercados e farmácias são um oásis com movimento de consumidores. Mas engana-se quem acha que encontrará álcool em gel ou máscaras facilmente. O caos chegou aos hospitais, os chamados aos bombeiros dispararam.
Pela primeira vez, os seres humanos se uniram com um objetivo comum: o de se afastarem. No Brasil dos alienados, entretanto, domingo foi dia de aglomeração, de pegar na mão e de se abraçar. Quem sabe, agora, que o futebol e as novelas também foram cancelados, fique mais claro para parcela da população que não se deve brincar com saúde pública. A “fantasia da mídia” revelou que o jornalismo segue no front. Hoje, mais do nunca, só a informação salva.