O novo coronavírus tem uma característica que impõe cuidados excepcionais, inéditos em outras pandemias. Trata-se da rapidez de propagação. Além dos enfermos, pessoas assintomáticas são capazes de contagiar. Como o prazo de incubação é de duas semanas, homens e mulheres mantêm a rotina e espalham o vírus por onde passam.
Democrático, o vírus não discrimina hierarquia nem classe social. Ataca poderosos, ricos, pobres e remediados. É delicado com crianças e jovens, mas impiedoso com os idosos. Enfrentá-lo implica pisar o freio da disseminação. Três ações se impõem. Uma: considerar o alto risco que representa. Outra: evitar o pânico. Mais uma: tomar medidas preventivas rígidas.
Talvez em nenhuma outra circunstância o papel da população tenha sido tão vital quanto agora. Há que sensibilizá-la para que atue. Cuidar de si é cuidar do outro. Recomendam-se ações preventivas, como lavar as mãos e fugir de contatos físicos sociais. É o caso de abraços e beijinhos de cumprimento. Aconselha-se também evitar aglomerações. Daí o adiamento ou cancelamento de aulas, shows e eventos esportivos.
A imprensa tem divulgado, em linguagem acessível e farta de exemplos, as providências necessárias para prevenir e remediar o mal. Muitos, porém, não têm saída. Trabalhador que precisa tomar transporte público, por exemplo, encontra ônibus ou metrôs lotados quando é impossível seguir as orientações recebidas.
A solidariedade deve, então, fazer-se presente. Quem pode ficar em casa fique. Quem pode evitar horários de pico evite. Empresas e órgãos públicos que podem adotar o home office adotem. Impõe-se intensificar a higienização dos espaços comunitários.
Impõe-se também prevenir o pânico. China e Coreia do Sul são exemplos de sucesso em que população e autoridades se deram as mãos na luta pelo objetivo comum. O essencial: informar, colaborar e agir com urgência. O pior dos mundos é o colapso do sistema de saúde. A tragédia só ocorrerá se o coronavírus for subestimado.