Desarmonia
As intrigas entre os poderes Executivo e Legislativo estão prejudicando o desenvolvimento do Brasil. Isso nada mais é do que falta de seriedade e compromisso para com a nação. O eleitor, quando escolhe seus representantes, escolhe acreditando que o Executivo vai executar as leis e cuidar da administração do Estado em todos os níveis, e que o Legislativo vai se preocupar com a criação, modificação e aplicação das leis. É também função do Legislativo fiscalizar as ações do Executivo. Fiscalizar, sim, atrapalhar, nunca. A Constituição Federal estabelece que haja harmonia entre os poderes. Eis alguns sinônimos de harmonia: equilíbrio, ordem, acordo, concórdia, consonância, entendimento, conciliação etc. É preciso que Congresso e Planalto enxerguem que o Brasil está parado e que o povo está clamando por dias melhores. Está passando da hora de decolar. Ligar, motores!
Jeovah Ferreira, Taquari
Violência
Mais um jovem foi morto a facadas neste fim de semana, nas proximidades da Rodoviária. E onde estava a polícia? Não existe mais policiamento a pé nesta cidade? Está havendo algum boicote policial no DF? E o nosso governador, que nada faz? Se fosse na saúde, ele teria demitido uma dúzia de diretores. Por que não exonera o chefe da PM (se é que existe algum)? Passei outro dia por Taguatinga Sul, onde o professor foi morto também a facadas e novamente não havia nenhum PM de ronda! Precisamos é de uma nova polícia, que possa estar nas ruas, que faça efetivamente o serviço a pé pelas cidades e evite as mortes que estão acontecendo. Dou um conselho aos pais: se puderem, evitem que seus filhos andem pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite, pois o risco de serem assaltados (e mortos) está muito grande !
Washington Luiz Souza Costa, Samambaia
» Mais que dobrou o número de latrocínios nos três primeiros meses deste ano na comparação a igual período de 2019. Março ainda não terminou e, de janeiro até agora, nove pessoas foram vítimas de latrocínio, contra quatro no ano passado. Como cidadão comum que acompanha o noticiário, vejo que a insegurança vem aumentando no DF. Não sei se é coincidência ou se há uma relação entre a militarização das escolas e a redução do policiamento ostensivo. Raramente se vê policiais circulando pelos bairros, pelas ruas da cidade. As estratégias de segurança pública parecem estar passos atrás dos criminosos. Faltam, e dificilmente o governo poderá negar, ações de prevenção de violência. Talvez isso nem seja pensado, uma vez que os presídios e as delegacias vivem lotados. Ainda tem um jargão muito usado: “Prender pra quê? A gente prende e o juiz manda soltar”. A prevalecer essa lógica ou o despreparo para evitar a violência, estamos perdidos em plena capital da República.
Ismael Costa, Jardim Botânico
Rodrigo Maia
Um dos leitores lembrou que Rodrigo Maia fez 230 viagens aéreas em 2019. Considerando-se que o ano tem 365 dias, dos quais 313 são considerados dias úteis, deduz-se que o eminente parlamentar teria passado 83 dias labutando no Congresso. Brasília é uma cidade com vocação aérea. Tanto que tem formato de avião, com duas asas e um eixo monumental para os deslocamentos dos carros oficiais, a caminho do aeroporto. O hino da cidade poderia ser o “Sonho de Ícaro’’, de Biafra. Decola-se suavemente, deixando em terra a realidade e suas turbulências. O céu é sempre de brigadeiro para que os ilustres passageiros possam se ver livres do tédio e da solidão deste planalto.
Thelma B. Oliveira, Asa Norte
» Recentemente alguns flancos da política começaram a considerar o presidente da Câmara dos Deputados deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma âncora de competência e sensatez nestes tempos sombrios, talvez até uma esperança de estadista na aridez da política brasileira. Embora estadista é o político que se alimenta do espírito da história e, ao persegui-lo, põe-se acima dos partidos e das facções. Tancredo Neves foi um, com atuação determinante em dois momentos críticos da história brasileira, a renúncia de Jânio e a transição da ditadura militar para a democracia. Também demonstraram sê-lo, em momentos de teste, Ulysses Guimarães e Teotônio Vilela. Talvez seja demais exigir personagens equivalentes numa era de Bolsonaros e Trumps. O momento é de bufões, especialistas em performances em que a graça está na falsidade, na ignorância, na mentira e no insulto. Rodrigo Maia vinha se constituindo em exceção pela rara virtude, na política de hoje, do discurso com começo, meio e fim. Infelizmente, a aprovação do projeto eleitoral expôs-lhe o rabo preso com um tipo de política mesquinha, subterrânea, mafiosa, tediosamente repetitiva, que faz o sucesso dos bufões nas urnas, ao se arvorarem em seus inimigos. Estadista: precisa-se. No entanto, com o devido respeito, o hoje presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, salvo melhor juízo, não se enquadra na linha de político com viés estadista, terá ele algum resultado junto a um público enfeitiçado por rasgos antidemocráticos e retórica escatológica? O estadista é sereno e racional! Realmente, estamos vivendo a era do estardalhaço, ideal para o triunfo dos bufões. Carecemos de estadista na atual política brasileira!
Renato Mendes Prestes, Águas Claras