O novo vírus que ataca o sistema respiratório teve seu ponto de partida na região de Wuhan, na China, deixando o mundo todo em alerta. Apelidado pelos cientistas de 2019-nCoV, ele pertence a uma grande família de vírus que causa infecções que podem evoluir de um resfriado comum a complicações respiratórias graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Os sinais comuns de infecção incluem sintomas respiratórios, febre, tosse, falta de ar e dificuldades respiratórias. Em casos mais sérios, pode causar pneumonia, insuficiência renal e até morte.
Em 31 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (Espii). Tal emergência tem como características: origem em um agente infeccioso; eventos alarmantes e preocupantes; consequências políticas e econômicas em um país; e, despertam o interesse da mídia nacional e internacional, afetando gravemente a população. A situação e a emergência causadas pela disseminação do novo coronavírus demandam ações específicas e direcionadas para o cuidado em saúde da população, especialmente em idoso.
O primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado na quarta-feira, 26 de fevereiro, no estado de São Paulo. Um homem de 61 anos foi diagnosticado com o vírus após viagem a trabalho para Lombardia, Itália, e encontra-se em isolamento domiciliar com sintomas leves da infecção. Até o momento, 632 casos já foram descartados e 25 confirmados em sete unidades da Federação (Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Distrito Federal) Ainda são monitorados 663 casos suspeitos.
Neste momento, é fundamental adotar boas práticas de saúde e estar atento(a) às orientações de comunicação em saúde em situação de risco. Mais que orientar quanto ao uso de máscaras e à lavagem das mãos, é preciso trabalhar o cenário do risco por meio de planos de comunicação desenhados em conjunto com a mídia, os profissionais de saúde, os gestores/tomadores de decisão e a própria população.
A realização de uma boa comunicação no momento de surtos e crises traz como principais benefícios: um público bem informado, consciente sobre os cuidados com a sua saúde, além de transmitir confiança e auxiliar no gerenciamento de crises no setor saúde com a respectiva prevenção da infecção pelo vírus.
Cabe a todos realizar ações para mitigar as consequências dessa pandemia-epidemia, e manter boas práticas de higiene ajuda a evitar a contaminação pelo novo vírus. As principais formas de prevenção são: lavar sempre as mãos, cobrir o rosto com o braço ao tossir ou espirrar, evitar contato com nariz, olhos e boca caso esteja com as mãos sujas e, principalmente, procurar o serviço de saúde, caso apresente sintomas da doença. No tocante às autoridades, cabe à Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal (SES-GDF) capacitar profissionais de para o adequado manejo clínico dos casos e fortalecer a rede de atenção à saúde, com foco na atenção primária, para o acolhimento da população.
No âmbito do Ministério da Saúde, devem ser mantidas as ações de monitoramento, vigilância, estabelecimento de diretrizes e protocolos assistenciais, além do papel de gestão da crise que se instala com a confirmação de um novo caso da doença. Lembrando que é possível mudança nos critérios de suspeita e confirmação do diagnóstico. Hoje, só se consideram casos suspeitos no Brasil aqueles em que o paciente manifesta sintomas em até 14 dias após voltar de algum local com alta disseminação do vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, os países que se encaixam nesse quesito até o presente são: China, Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Vietnã, Tailândia, Camboja, Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia.
A nós, comunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB), cabe acionar uma espécie de força-tarefa, formada por professores, estudantes, técnicos administrativos e voluntários que atuam em saúde pública, sobretudo em situação de crise, em particular, na Faculdade de Ciências da Saúde, e apoiar as instituições governamentais nas ações de investigações de novo vírus para entender os fatores de risco, aprimorando comunicação de risco e ações de prevenção e tratamento dos caso.
Além de fortalecer a Sala de Situação em Saúde, de modo que possa apoiar o monitoramento da doença e contribuir em ações integradas com outros centros de pesquisas nacionais e internacionais na identificação de lacunas sobre a doença, desenvolver tecnologias e inovar, a partir do desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas que possam beneficiar a população.