Democrático, o novo coronavírus prova que não tem ideologia nem preconceito. Ataca nos cinco continentes. Os estragos por ele causados se disseminam pelas economias globais e ameaçam uma quebradeira geral. Pobres e ricos estão com a espada de Dâmocles sobre a cabeça.
Ciente da gravidade da situação — talvez munido de informações fora do alcance das demais instituições — o Fed, Banco Central dos Estados Unidos, surpreendeu os mercados. Na segunda-feira, em reunião extraordinária, reduziu a taxa básica dos juros do país em 0,5 ponto percentual.
A iniciativa, num primeiro momento, causou euforia. As bolsas subiram e o dólar caiu. Mas, passadas algumas horas, o medo voltou e os avanços retrocederam. A razão: a medida levantou a suspeita de que o impacto econômico poderia ser mais forte do que o imaginado.
No clima de imprevisibilidade em que o planeta está mergulhado, são bem-vindas ações globais aptas a conter o pessimismo e reduzir perdas. O Grupo dos 7 (G-7), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra, o Banco do Japão prometeram enfrentar as ameaças sem medir esforços.
A mobilização global pressupõe ações nacionais. A equipe referida por Michael Jordan exige que cada um faça a sua parte para limitar os estragos da epidemia internamente e, com isso, associar-se ao esforço mundial de manter a economia internacional em marcha.
Player importante, é provável que o Brasil tenha de promover mais cortes na Selic e, com certeza, acelerar as reformas. O PIB de 2019, de 1,1%, acende a luz vermelha: não há tempo a perder. As autoridades, em vez de egos e vaidades, precisam mirar os quase 12 milhões de desempregados, as filas do INSS e os milhões à espera de bolsa-família.