Por que a orientação sexual de uma pessoa incomoda tanto outras? Por que cidadãos se acham no direito de atacar a vida mais íntima e conjugal, de se tornarem fiscais da felicidade alheia? Alguns críticos se apoderam de embasamentos religiosos para defender que a homossexualidade é aberração. Tal argumento tantas vezes não passa de hipocrisia escondida pela Bíblia ou por um moralismo que julgam ser verdade absoluta e inexorável.
Aos inquisidores homofóbicos, a proposta de um exercício mental: e se o seu filho ou filha fosse homossexual? Você permitiria que outras pessoas o tratassem como uma aberração? Como se sentiria se alguém tirasse a vida dele ou dela por ser gay? Ou se fosse vítima de brutal espancamento? De que modo lidaria com um governo que proibisse o casamento entre pessoas do mesmo gênero e impusesse ao seu filho ou filha o castigo da infelicidade eterna?
Entre janeiro e maio de 2019, o Brasil tinha contabilizado 141 assassinatos de pessoas LGBTQ. Em média, uma morte por dia. No mesmo período, 15 homossexuais tiraram a própria vida. Em um país onde lideranças usam o jargão “menino veste azul e menina veste rosa”, a homofobia parece quase institucionalizada, apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) tê-la enquadrado como crime de racismo. A pressão social sobre homossexuais é indigna, absurda, expressão da intolerância e do ódio. Qual é o problema em amar? O que há de errado em ser feliz?