Antes restrito à Ásia, sobretudo China e vizinhos, o Covid-19 se expande. Os cinco continentes registraram casos em seu território. Alguns países, mais preparados, administram as ocorrências com serenidade e respostas técnicas. Outros pagam preço alto pela imprevidência ou falta de recursos.
Embora seja adepto de adiamentos e improvisações, o Brasil se preparou para enfrentar eventual surto do mal. O tratamento dado aos repatriados da China há 20 dias mostrou o profissionalismo da equipe comandada pelo ministro da Saúde.
Protocolo orienta a ação no caso de emergência. Laboratórios são capazes de detectar com rapidez a presença do vírus, e hospitais se prepararam para lidar com pacientes infectados. Estão previstas até mudanças no comportamento do novo coronavírus em temperaturas altas. Até agora, ele se manifestou em climas frios.
Em suma: a questão sanitária não autoriza alarmismo ou preocupação excepcional. A mesma tranquilidade não se aplica à economia. O encolhimento da atividade mundial afeta o Brasil. O preço das commodities, nossa principal pauta de exportação, deve cair. O real continuará a marcha de desvalorização, e as importações se encarecerão.
Sem poder de alterar o cenário externo, impõe-se pôr em dia o dever de casa. Executivo e Legislativo não podem se apoiar na crise para deixar de fazer o que precisa ser feito. A aprovação das reformas tributária e administrativa tem pressa.
Há que racionalizar a cobrança de impostos do país, reduzir o tamanho do Estado e simplificar a burocracia. O ambiente de negócios amigável, aliado à estabilidade das regras, constitui fator indispensável para devolver a confiança ao país e atrair investimentos.