Reforma tributária
Tem razão o governador do DF, Ibaneis Rocha, quando rebate a proposta do presidente da República, que promete zerar os impostos federais, desde que os governadores tomem a mesma descisão em relação ao ICMS. Não há como as unidades da Federação abrirem mão de uma fonte de arrecadação. O momento exige uma reforma tributária que assegure justiça fiscal. Hoje, os trabalhadores com menor poder aquisitivo, proporcionalmente, são os que mais contribuem para os cofres públicos. Grandes fortunas, resultado de investimentos no mercado de ações, não são tributados como deveriam. Os grandes empresários não recolhem Imposto de Renda como os trabalhadores. As alíquotas do IR são injustas. Há fartos exemplos de iniquidades neste país. O desafio do presidente foi o que, na linguagem dos advogados, chama-se de chicana, mesmo porque ele não tem prerrogativa para, numa canetada, eliminar tributos. A reforma depende de boa negociação com o Congresso Nacional.
» Ricardo Mesquita,
Jardim Botânico
ICMS
Fácil de se resolver a questão de redução de impostos sobre combustíveis — o ICMS. Basta criar o imposto único sobre os produtos. Cadê a reforma tributária que o governo prometeu? O Congresso só tem coragem de aprovar reformas que impactam, para pior, a vida dos trabalhadores. Quando é para alterar os bilhões e trilhões que arrecadam, não tem coragem. Teria que ser federalizada e unificada a cobrança de impostos e, ao mesmo tempo, os serviços de saúde e educação também deveriam passar para o controle do governo federal. Só assim o Brasil mudaria socialmente e haveria maior justiça e equidade entre os estados brasileiros.
» Washington luiz Souza Costa,
Samambaia
Lula
A incessante, persistente e atuante equipe de advogados de uma das bancas advocatícias mais caras do país não convencerá a mim nem a maioria da população brasileira da inocência do ex-presidente Lula. Há provas consistentes. O país quase foi à falência com tantos desvios e corrupção. O manager na defesa de Lula, o advogado Cristiano Zanin Martins, quer convencer a sociedade do quê? Que os culpados por todas as falcatruas foram os ilibados procuradores, os delegados da Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita Federal? Com meus respeitos ao advogado Cristiano Zanin, mas ele tem propiciado um espetáculo deprimente, mera parolagem. Está correto, tem que desempenhar o seu papel de defensor e fazer jus aos altos honorários que deve estar recebendo, embora tudo não passe de uma tentativa de ponderar sobre o imponderável. À luz das evidências, Lula não é o inocente que tenta ser e sua luta não é pelo Brasil. Lula foi o maior engodo político. Chegou à Presidência da República, por meio de um falso viés democrático de combate às desigualdades sociais. Em tempo: onde estão os R$ 51 milhões encontrados no apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima?
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Água
Causa vergonha a todos os brasileiros o que vem ocorrendo no Rio de Janeiro, onde Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) serve água contaminada aos cidadãos. A falta de responsabilidade com a saúde das pessoas, o descaso com o drama de milhares de cariocas, que são obrigados a se submeter à exploração do comércio na venda de água mineral é algo inominável. A fonte de abastecimento é o Rio Guandu, que está poluído por falta de tratamento adequado do esgoto. A questão de fundo é a falta de rede adequada de tratamento dos efluentes. Dá para imaginar o que não ocorre em outros estados que não têm o título de Cidade Maravilhosa? Os sucessivos governos federal e estaduais pouco se importam com a saúde dos brasileiros. Investem em obras desnecessárias, quando deveriam destinar recursos para o saneamento básico, o que aliviaria a pressão sobre as unidades públicas de saúde. Mas não é isso que fazem. Gostam de ostentar megaobras, das quais a maioria dos brasileiros não usufrui para pregar uma placa que exalta o nome do presidente e do governante da hora. Os gestores públicos primam por um profundo desrespeito com a população, subtraem dinheiro dos impostos para satisfazer seus caprichos. Quem condenará os gestores que submetem a sociedade carioca a situação tão humilhante e nociva à integridade física? Os gestores sabem que ninguém será responsabilizado. A impunidade dos irresponsáveis está garantida de forma limpa e inodora.
» Lívia de Paula Martins,
Asa Norte