Pouco me importam as teorias formuladas por cientistas para negar a obra de Deus. Pela fé, sei que foi Ele quem criou o ser humano e tudo o que mais existe. Devo admitir, porém, que seria mais plausível creditar ao caos, e não à perfeição divina, o surgimento de uma espécie capaz das piores atrocidades.
É difícil aceitar que são tão humanos quanto qualquer um de nós os seres abjetos que martirizam e matam crianças. A frequência e o grau de crueldade estarrecem. Eles buscam formas cada vez mais sórdidas de provocar dor e morte.
São chamados de humanos, por exemplo, os cinco integrantes da mesma família que espancaram até a morte um menino de 3 anos, em Parelheiros (SP). Os maus-tratos, cometidos por mãe, tio, tia, avô e avó, foram constantes na vida da criança até as agressões fatais.
Era chamado de humano o vizinho que levou a menina Emanuelle, 8, da praça em que brincava, em Chavantes (SP), para assassiná-la a facadas e abandonar o corpo perto de um córrego. Dizem que ele se suicidou na cadeia. Lamento apenas que não tenha pagado pelo crime hediondo.
É chamado de humano o pai que estuprou e provocou a morte da filha recém-nascida, de apenas 13 dias, em Santana do Araguaia (PA). Menos de uma semana antes, em Parauapebas, também no Pará, mãe e padrasto foram presos pela tortura — que ocorreu em repetidas ocasiões —, o estupro e o assassinato de uma bebê de 1 ano e oito meses. A monstruosidade supostamente aconteceu em rituais de magia negra. O que me levou a lembrar de barbárie semelhante.
Em fevereiro de 2016, um garotinho, de 4 anos, foi resgatado em Campo Grande depois de passar meses sendo torturado pelos pais adotivos — um tio-avô e a mulher dele —, pela avó e por um primo. Em cultos satânicos, os algozes queimaram o rosto dele, o pescoço e grande parte do tronco; fraturaram ossos; machucaram a genitália; e lesionaram os olhos, colocando pinga quente, entre outros horrores. O passo seguinte seria o assassinato dele.
Toda essa escória é chamada de humana. Uma desolação. Mas, confio, pela fé, que um dia, num plano espiritual, nos será revelado por que uma criação divina foi capaz de tantas abominações e por que Ele permitiu que elas ocorressem. Até lá, é doloroso saber, que, enquanto este mundo existir, o homem continuará na sua escalada de selvageria.