Inflação
Não está fácil a vida da maioria da população. O governo afirma que a inflação está sob controle, mas basta uma ida aos supermercados para constatar que os preços estão pela hora da morte. Carnes, feijão, frutas. A cada semana, estamos levando menos produtos para casa. Isso não é justo. Resta saber o que os ocupantes do Palácio do Planalto farão para conter a carestia. Não se pode esquecer que são os mais pobres os que sofrem com a alta do custo de vida.
; Emília Borges, Taguatinga
Observações
Quero comentar duas matérias do Correio de 20/12. A primeira é a entrevista com o senhor Ricardo Salles. Recuso-me a ler qualquer coisa da laia desse senhor. A segunda é o artigo do Dr. Claudio Lottemberg. Lúcido, mas restrito à visão do clínico e administrador médico. É preciso incorporar àqueles conceitos os de promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos anos. A promoção da saúde é uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas que afetam a população. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes, propõe a integração de saberes técnicos e populares, e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu enfrentamento e resolução.
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Já são decorridos pouco mais de 30 anos da divulgação da Carta de Ottawa, um dos documentos fundadores da promoção da saúde, e este escrito continua atual e permanece associado a um conjunto de valores: qualidade de vida, saúde, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria, entre outros. É do conhecimento dos especialistas que a relação entre as necessidades de saúde versus atendimento da demanda jamais será satisfeita. Para a população, esse conhecimento, que se revela na prática do dia a dia, não é entendido como uma característica intrínseca do sistema de saúde, mas, sim, como uma frustração pessoal e uma injustiça coletiva. A experiência tem demonstrado que esses sentimentos dos clientes dos sistemas de saúde não evidenciam nenhuma diferença para o caso de o prestador dos serviços de saúde ser um órgão público ou um ente privado. Todos prestam serviços deficientes.
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Mais que caracterizar a impossibilidade de satisfação de desejos por parte de um sistema prestador de serviços, este conhecimento pode ser utilizado na busca de alternativas para todos os elementos envolvidos: população, sistemas, prestadores e trabalhadores do setor. Quando o modelo não atende a nenhum dos participantes a contento, é hora de revê-lo. Muito mais que atenção básica e medicina preventiva, cujo foco é a doença, é preciso fazer promoção da saúde, que tem por norte a saúde.
; Sylvain Levy, Asa Norte
Ofensas
Como veterano repórter e cidadão, deploro, energicamente, o tenebroso, assombroso, melancólico, patético e inacreditável espetáculo de estupidez do presidente Jair Bolsonaro, ofendendo jornalistas à saída do Palácio da Alvorada. Vou desenhar para Bolsonaro: a função do repórter é perguntar. A do entrevistado, é responder. Confirmar, negar ou esclarecer. Jamais ofender o jornalista, que está ali trabalhando. Decididamente, Bolsonaro não tem compostura. É grosseiro, destrambelhado e mal-educado. Não perde a chance de exercitar seu tosco arsenal de piadas e xavecos infames e tolos. Desconhece a postura do elevado cargo que ocupa.
; Vicente Limongi Netto, Lago Norte
Agradecimento
Nós missivistas inquilinos do Correio, postamos inúmeras reflexões e opiniões, em 2019, por meio da coluna Sr. Redator. Algumas missivas foram de bom grado, outras, de mau agouro. Porém, em momento algum, o editor do espaço cedido bloqueou e cerceou os humildes missivistas de se pronunciarem por meio de seus textos. Tenham tido eles concepções programáticas de direita, de esquerda ou de centro. O espaço sempre esteve aberto para expor os nossos propósitos, nossos anseios, bem como nossas reprovações angustiantes, como também nossas satisfações, alegrias e reconhecimentos. Somos escribas do dia a dia, temos no espaço Sr. Redator a porta aberta para que as ideias, as críticas e os pontos de vista não nos asfixiem, nos sufoquem e sejam alijadas da nossa mente. Tivemos um 2019 diferente, intenso e forte. Muita coisa aconteceu, muitas mudanças aconteceram no Brasil e no mundo, muito jogo de cintura entre os Três Poderes. No fim das contas, termina o ano com todo mundo exausto, precisando recarregar as baterias e descansar, porque 2020 não será diferente. Não se anime muito, vai ser mais um ano duro, temos muita lição de casa para fazer na parte de economia e política. É fácil prever o que você vai colher no futuro. É só ver o que você está semeando agora. Vamos juntos nessa missão de ajudar o Brasil a crescer mais e melhor, vivemos em um Estado democrático de direito. Neste final de ano que se aproxima, tomo a liberdade, em nome de todos os missivistas, agradecer ao Correio, que cede para as nossas missivas, uma página democrática, clara e popular.
; Renato Mendes Prestes, Águas Claras