Jornal Correio Braziliense

Opinião

Sr. Redator

Igualdade

O Natal e o réveillon são épocas de magia, alegria e confraternização. É quando reunimos os amigos, a família, e pessoas queridas para dividir momentos felizes, por meio de ceias fartas e entrega de presentes. No entanto, nessas datas, poucos levam a compreender que a situação de pobreza e miséria é um produto da falta de organização social. Pobreza e miséria não são simplesmente interpretáveis como um fato natural, mas como o resultado de uma estruturação determinada da convivência humana histórica, sobretudo na base da organização econômica de uma sociedade. As chances de vida (emprego) e a participação na vida social não são divididas do mesmo modo, é assim que a pobreza emerge como um fenômeno coletivo. Aqui, as políticas públicas não são compreendidas, como fizeram os gregos, como aquela instância em que são tomadas decisões a respeito do bem comum. Faltam ações programadas e executáveis pelo Estado, que deveriam ser feitas em favor de todos os desassistidos. Ações que dizem respeito à educação, à saúde, à segurança pública, ao saneamento básico, à ecologia, etc., destinada especialmente às pessoas jogadas à margem da sociedade e mesmo dela excluídas. Razão e motivos para Estado e sociedade os inserirem de norte a sul e se abrirem à alegria, à esperança, à tristeza e às angústias dos pobres e atribulados. O horizonte normativo que se arraiga e se fixa na dignidade do ser humano exige igualdade de direitos para todos.
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Políticos


O noticiário político brasileiro, há muito tempo, falou sobre um político honesto. Ele era do Nordeste. Em campanha, argumentava: ;Meu povo, eu não vou fazer propaganda mentirosa;. E acrescentava: ;Se eu ganhar (era candidato a deputado federal), só vou dar alguma coisa para quem me apoiar quando estiver com o pé de meia cheio. Ganhou a eleição. Com essas propostas e após se encalacrar em acusações, renunciou. Hoje, os senhores parlamentares só votam projetos de interesse do governo e, diga-se, não do povo, mediante alguma benesse: é o escabroso toma lá dá cá. Mas isso sempre foi negado pelo governo caso vencesse a eleição. Por dinheiro, tudo é possível. O que se cogita agora é a CPMF. E vai passar, como passou a famigerada Previdência. Quem sustenta o Fundo Eleitoral? O povo incauto.
; José Lineu de Freitas,
Asa Sul


Flamengo


Torcedores do Flamengo estão esperançosos. Mas cuidado com euforia demasiada. O forte adversário vai jogar completo. A meu ver, se o Liverpool abrir o placar, será difícil o Flamengo reagir e vencer o jogo. Ao contrário do Mengão, se sair na frente, o clube inglês tem competência para reverter e ganhar a partida e o título.
; Vicente Limongi Netto,
Lago Sul



Zika vírus


Li a notícia de que a pensão vitalícia a vítimas do zika vírus seria ampliada e achei uma ótima ideia. Sou mãe e, graças a Deus, nem eu nem meus filhos fomos afetados por nenhuma doença parecida. Mas imagino o sofrimento enfrentado por essas famílias. A iniciativa da deputada Paula Belmonte é uma forma de atenuar todas as dificuldades por conta desse problema. Que o zika vírus não traga mais sequelas para as nossas crianças.
; Carolline Romeiro Moreira,
Samambaia


Natal


O Cristianismo não se reduz, com querem alguns, a dogmas intelectualizados, catálogo de preceitos, regras e deveres, lista de pecados. É, antes de tudo, uma pessoa e um acontecimento. A pessoa é Cristo. O acontecimento, a irrupção de Cristo na humanidade. Natal celebra o acontecimento e traz para o nosso meio a Pessoa. Que esta certeza de fé confira ao Natal sua plena dimensão e se prolongue, tonificante, por todo o novo-ano de 2020, trazendo paz, renovando esperança e multiplicando alegria. Que seja um ano de crescimento e positivismo para todos.
; José Ribamar Pinheiro Filho,
Asa Norte


Racismo


Nunca se leu nem ouviu tantos comentários a respeito do racismo no Brasil enquanto os negros cuidavam das crianças dos brancos, lavavam suas roupas sujas, cozinhavam, limpavam as casas sem direitos trabalhistas. Até aí, era tudo normal, natural, e o país, uma democracia racial. Lembro-me muito bem de ver, tanto no Nordeste quanto no Sudeste e no Centro-Oeste (no Sul, conheço muito pouco. Só Florianópolis), meninas ainda crianças sem frequentar a escola nem se divertir nas brincadeiras próprias da idade, exploradas em casas de família sem direito a receber salário. O pouco que recebiam era em troca da comida e roupa usada. De uns tempos para cá, os negros estão se dando conta de que precisam romper o curso da vida que lhe é imposta pela sociedade branca e exigir igualdade de direitos, como estudar, progredir, ocupar espaços reservados aos brancos sem olhares nem suspeitas, apenas por direito. Por que, não? Se todos pagam impostos, consomem... A ascensão dos negros começa a incomodar boa parte da população branca, que parece agastada com tamanha ruptura. Ela não se dá por satisfeita pelo muito que usufruiu e ainda usufrui à custa dos segregados.
; Josuelina Carneiro,
Asa Sul