Jornal Correio Braziliense

Opinião

Usar Xinjiang para interferir nos assuntos da China será fracasso

A China é um país multiétnico e multirreligioso. A Constituição assegura os direitos legítimos de todos os grupos étnicos e garante o respeito à liberdade de credo, além de vedar qualquer forma de discriminação étnica. Xinjiang é a maior região autônoma da China em extensão territorial e em percentagem de população de minorias étnicas. O governo central sempre lhe atribui grande importância à estabilidade e ao desenvolvimento, com resultados notáveis.

A economia local é, hoje, 200 vezes maior do que há sete décadas, com crescimento superior a 8% ao ano; o comércio exterior aumentou quase 1.500 vezes, a agricultura, a indústria moderna, o turismo e outros setores econômicos estão mais prósperos do que nunca. Durante muitos anos, mais de 70% da receita fiscal de Xinjiang foram destinados a programas sociais nas áreas de emprego, educação, saúde e seguridade social.

Toda a população local tem acesso ao exame médico gratuito e ao ensino fundamental obrigatório de 9 anos. A zona sul de Xinjiang foi a primeira área da China a implementar o ensino gratuito de 14 anos. Entre 2014 e 2018, mais de 2,3 milhões de habitantes saíram da pobreza.

A normalidade de todas as atividades religiosas é protegida pela lei. Existem mais de 24 mil mesquitas em funcionamento em toda a região, o que equivale, em média, a uma mesquita para cada 530 muçulmanos. Pela lei, as minorias étnicas têm o direito de usar a própria língua e a própria escrita, os meios de comunicação locais transmitem e publicam em várias línguas étnicas além do mandarim e do uigur. O muqam, gênero musical dos uigures, é classificado pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Em resposta aos recorrentes casos de violência e atentados terroristas em Xinjiang nos últimos anos, foram adotadas várias iniciativas de combate ao terrorismo e desradicalização, como a abertura de centros de educação e formação profissionalizante, com o objetivo de capacitar pessoas atingidas pelo extremismo a se reintegrarem na sociedade. Durante os quase três anos da implementação das medidas, não ocorreu nenhum ataque violento na região. Isso não só trouxe uma melhora significativa da segurança regional, como também contribuiu de maneira notável para o combate internacional ao terrorismo, uma política que recebeu o apoio dos 25 milhões de habitantes de Xinjiang, aí incluídas todas as etnias locais, e avaliação positiva da comunidade internacional.

É lamentável ver que alguns políticos norte-americanos, ignorando os fatos e alegando a defesa dos direitos humanos e religiosos, apresentaram um projeto de lei para atacar, de má-fé, a política chinesa para Xinjiang, distorcer a situação dos direitos humanos na região e caluniar os esforços da China no combate ao terrorismo. Trata-se de interferência grosseira nos assuntos internos da China e de uma grave violação das normas que regem as relações internacionais, revelando, uma vez mais, o propósito mal-intencionado de Washington de difamar a política da China em relação a Xinjiang, atrapalhar os esforços antiterror na região e prejudicar o desenvolvimento e a estabilidade da China.

Os assuntos de Xinjiang concernem estritamente à política interna da China e nenhum outro país tem o direito de interferir. O governo chinês está determinado a defender, de maneira resoluta, a soberania nacional, a segurança e os interesses do desenvolvimento, assim como combater o terrorismo e preservar a justiça e a civilização. Terrorismo e extremismo são inimigos comuns de toda a sociedade humana e combatê-los é dever compartilhado pela comunidade internacional. Nessa seara, não há margem para dois pesos e duas medidas, e a comunidade internacional deve estar vigilante contra tentativas de usar dessas manobras para interferir na soberania das nações.