Com o ano entrando na reta final, pois a próxima semana será a última útil completa de 2019, chega a tradicional época das listas dos mais-mais. E a do Google acaba de ser divulgada, com os 10 termos que os brasileiros mais procuraram na internet. Além dos tradicionais eventos esportivos (como Copa América; Tabela do Brasileirão; Flamengo x Vasco; e Copa do Mundo de Futebol Feminino) e mortes de celebridades (Gugu Liberato, Gabriel Diniz, Ricardo Boechat e Caio Junqueira), um deles chama a atenção para um grave problema social: vagas de emprego.
Com 11,8% de taxa nacional de desemprego no terceiro trimestre, o índice é maior no Nordeste, onde chega a 14,4%. Tanto que na Bahia e em Pernambuco o termo vagas de emprego foi o mais procurado pelos moradores daqueles estados. Os picos foram registrados entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro. A leitura que se faz é que, com o fim de ano se aproximando, as pessoas intensificam a busca por uma ocupação para ter um Natal melhor e mais próspero ao lado da família.
O Google também dá uma pista sobre o comportamento político do brasileiro. A decisão do Supremo Tribunal Federal de barrar a prisão após sentença condenatória em segunda instância colocou as perguntas ;Por que Lula foi solto?; e ;Por que Lula foi preso?; entre as principais feitas ao buscador da internet em 2019. Também houve grande interesse sobre o AI-5, o Ato Institucional n; 5 que completa 51 anos nesta sexta-feira, defendido pelo filho 03 do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, e citado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em caso de radicalização de protestos de rua.
Por fim, tragédias ; como o rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro na Grande Belo Horizonte; e o massacre na escola de Suzano, em março, que deixou 10 mortos ;, e debates políticos, como o aumento das queimadas na Amazônia e a reforma da Previdência promulgada pelo Congresso, ficaram entre os principais acontecimentos que aguçaram a curiosidade do brasileiro.
É importante destacar que a lista divulgada pelo Google refere-se aos termos procurados, e não o que é oferecido aos usuários. Aí é outra história: sabe-se que os algoritmos das redes sociais não primam pela neutralidade e que sites marginais conseguem construir uma boa audiência, muitas vezes a partir de notícias falsas. E é exatamente isso que merece atenção constante das autoridades.