Jornal Correio Braziliense

Opinião

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Desde 1960

Saneamento básico

De todas os fatores e índices que qualificam um país como desenvolvido, sem dúvida o principal indicador é a universalização e o acesso ao saneamento básico pleno, com distribuição de água tratada, coleta e tratamento de esgoto, coleta e reciclagem de lixo entre outros serviços. Em sentido contrário, os países do chamado terceiro mundo apresentam invariavelmente serviços de saneamento precários, deficientes ou mesmo inexistentes.

Boa parte dessa população fica permanentemente exposta a situações de insalubridade e de focos de doenças, muitas das quais de grande risco para a vida de adultos e, principalmente, de crianças. O saneamento, afirmam os especialistas, é o principal cartão-postal de um país e de um povo. Nesse quesito, o Brasil está muitas décadas aquém dos países desenvolvidos. Sobre o tema, com relação à média mundial, é possível afirmar que o Brasil está mais de 30 anos atrasado, apenas no que diz respeito ao cumprimento das metas propostas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.

A universalização da oferta de água potável e da coleta e tratamento de esgoto e lixo, conforme estabelecido nesse Plano, previa que até 2033, ou seja, daqui a 13 anos, o Brasil teria 99% da população abastecida de água potável, com 90% de coleta de esgoto. Especialistas apostam que esse tempo é curto demais para uma tarefa dessa magnitude, ainda mais quando se constata a persistência na falta de gestão, integração e de investimentos públicos para um setor tradicionalmente posto de lado pelos políticos.

Antigamente era comum a constatação de que esse tipo de serviço, por sua invisibilidade proporcionada pelo fato de que os encanamentos de água e esgoto ficam escondidos sob a terra, não rendia votos, já que não eram visíveis pela população. O principal desafio talvez esteja mesmo no tamanho da tarefa que se apresenta.

Hoje, 17% ou 35 milhões de cidadãos não têm acesso à rede de abastecimento de água tratada e nada menos do que 100 milhões de outros brasileiros não têm acesso à coleta e tratamento de esgoto. Uma das causas desse atraso pode ser encontrada no pouco investimento que o governo destina, ao longo do tempo, para esse setor. São aproximadamente R$ 10 bilhões, ao ano, investidos para esse fim, quando se sabe que esse valor deveria ser mais do dobro a cada ano, ou algo em torno de R$ 22 bilhões, pelo menos.

Outro grande problema está na flagrante desigualdade entre as diversas regiões do país. Enquanto o Sudeste tem 92% de sua população com acesso à água potável, com 79% do esgoto coletado e 51% dele tratado, na região Norte esses números caem respectivamente para 58%, 10% e 22%. Isso significa que menos de 2% do esgoto é tratado, sendo que 98% é lançado, in natura e diretamente, nos rios da região.




A frase que foi pronunciada

;Para ela (Florence Nightingale), devo principalmente o despertar ao fato de que o saneamento é o objetivo supremo da medicina, sua fundação e sua coroa.;

Elizabeth Blackwell, pioneira na abertura da profissão médica às mulheres




A limpo
; Assinada por Márcio Bruno Carneiro Monteiro, auditor de Controle Interno do DF do Governo do Distrito Federal, a instauração de vários processos administrativos para apurar possíveis irregularidades administrativas no setor de Saúde do DF.


Conquista
; Como consultores técnicos do Poder Legislativo local, passaram como inspetores de polícia legislativa, em primeiro lugar Bruno de Oliveira Viana e Thiago Henrique Mendes Miranda.


Cassado
; Farid Buitrago Sánches, presidente do Conselho Regional de Medicina excluiu dos quadros médicos da cidade Eduardo Gomes de Azevedo, inscrito no CRM/DF 9.140.


Presença
; Termina hoje o 1; Fórum de Governadores do Brasil Central, em São Luis do Maranhão. Vanessa Chaves de Mendonça, secretária do Turismo, é a representante do DF.


De olho
; Uma gleba da Fazenda Saia Velha em Santa Maria, Polo JK, propriedade do Iprev/DF está fadada a não render lucros. A solução dada vai ser permuta ou outro mecanismo que garanta rentabilização.




História de Brasília
Pais de família que ainda residem nos acampamentos nos comunicaram que não puderam matricular seus filhos nos três jardins de infância. (Publicado em 07/12/1961)