Uma no cravo, outra na ferradura
Para retirar o país da maior crise econômica de todos os tempos, uma herança maldita e eivada na corrupção, legada por uma esquerda doidivana e perdida nos descaminhos da egolatria, o presidente Jair Bolsonaro e sua excelente equipe têm empreendido múltiplos esforços e em várias frentes, em busca do tempo perdido. Dentro do papel que lhe cabe como chefe do Poder Executivo, Bolsonaro tem acenado tanto à União Europeia quanto aos Estados Unidos, cedendo às exigências e buscando acertar os ponteiros internos, para atrair os investimentos tão necessários ao desenvolvimento nacional. Parte desse esforço é feito agora com a reunião do Brics, encerrada, ontem, em Brasília. Toda essa empreitada, guiada nos bastidores pela equipe do ministro Paulo Guedes, visa mostrar aos países desenvolvidos que o Brasil tem perseguido, com afinco, um amplo programa de ajustes internos, retirando barreiras e outros entraves burocráticos e protecionistas na tentativa de se apresentar como um país moderno e um parceiro confiável e aberto a negócios.
Uma investida dessa natureza, feita nas mesas de negociações, em que bilhões de dólares estão em jogo, requer do Brasil uma transparência inequívoca em todos os contratos, presentes e futuros. E é justamente no quesito translucidez e compliance que o Brasil deixou muito a desejar. De fato, os escândalos de corrupção, seguramente um dos maiores de todo o planeta, emitiram para os países que o Brasil busca parceria, sinais opostos.
De um lado, o mundo ficou ciente de que havia, internamente, esforços de um setor minoritário do Estado que buscava acabar com as práticas criminosas entranhadas na máquina pública. De outro, ficou sabendo também da existência de um contra-ataque de forças poderosas que resistiam passar o país a limpo e queriam manter o antigo status quo. As experiências frustradas, vindas da Itália, com a Operação Mãos Limpas, indicavam que o Brasil seguia num mesmo rumo, com parte da justiça e dos políticos cuidando para enterrar , por aqui também, os esforço para pôr fim à corrupção secular.
Nessa altura dos acontecimentos, o presidente Bolsonaro percebeu que, caso não desate o nó da economia, o Brasil e ele próprio correm o risco de naufragarem ainda no porto. Possivelmente, o primeiro e talvez o maior passo que o Brasil pode dar em direção à integração econômica satisfatória e lucrativa com o restante do mundo seja a entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países e onde nosso país pleiteia uma vaga com grande empenho.
Ocorre que uma missão, denominada Grupo de Trabalho sobre Suborno da OCDE, uma espécie de força-tarefa de vanguarda, está em visita a Brasília para checar de perto as razões e consequências da medida tomada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender todas as investigações com base em dados de órgãos de controle, como o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Banco Central e da Receita Federal, sem autorização prévia do STF.
Esse mesmo grupo tomou conhecimento agora de que Toffoli determinou ao Banco Central o envio de cópia de todos os relatórios de inteligência financeira (RIFs) dos últimos três anos. Mais de 600 mil dados de pessoas físicas e jurídicas estão em suas mãos, o que, segundo membros do grupo, pode motivar uma espécie de filtragem dessas informações, beneficiando uns em detrimento de outros a critério apenas do ministro.
A preocupação desse Grupo da OCDE é de que a suspensão de milhares de investigações possa inibir o combate efetivo à corrupção, à lavagem de dinheiro, beneficiando a ação de grupos terroristas e outros criminosos do colarinho branco. Caso essa situação persista, o Grupo de Trabalho sobre Suborno não descarta a aplicação de medidas contra o Brasil, incluindo-o na lista negra. Seriam em vão os esforços do nosso país de se integrar na comunidade econômica internacional um sonho ainda mais distante. Enquanto o presidente Bolsonaro parece acertar no cravo, inserindo o Brasil em várias rodadas de negociação pelo mundo, a justiça, ou a Suprema Corte, desfere um golpe errado na ferradura. Para o nosso filósofo de Mondubim, o que um presidente parece fazer com as mãos, o outro desfaz com os pés.
A frase que foi pronunciada
;O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis.;
Platão, filósofo e matemático do período clássico da Grécia. 429 a.C
Nova era
; Empresas anunciantes se unem pelo desenvolvimento do país, contra ;o quanto pior, melhor;e suspendem contratos de publicidade com os meios de comunicação que têm se mostrado inertes em relação à divulgação das mudanças positivas feitas para um país melhor. A omissão de notícias, a falta de apoio à vontade popular pelo fim da corrupção ou mesmo programas onde a instituição familiar é atacada são os pontos que têm convencido o encerramento dos contratos.
Stopover
; Em parceria com a TAP, governadores do país entrarão no circuito stopover. Trata-se de uma forma para atrair turistas de todo o mundo. Da mesma forma como existe em alguns países da Europa, o stopover dá ao viajante a oportunidade de permanecer no país entre dois e cinco dias, conhecendo várias regiões sem que precise pagar novas passagens. A intenção é divulgar as praias brasileiras, o Pantanal e cerrado. O governador Ibaneis está animado com a novidade.
História de Brasília
Esta vale também como argumento para os que querem a volta da capital. E mais: nós temos em reserva, a todo instante, 90.000.000 (noventa milhões mesmo) de litros d;água em estoque para abastecimento da cidade. (Publicado em 6/12/1961)