Jornal Correio Braziliense

Opinião

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Viagem


O presidente da República está há mais de uma semana fora do país, mas o que se tem visto é mais discurso do que resultados efetivos para a ampliação do comércio brasileiro. Jair Bolsonaro precisa lapidar a postura e os argumentos para vender melhor o Brasil, uma vez que, para polêmicas, ele é mestre. As exportações são muito importantes para impulsionar o crescimento econômico do país e estimular a criação de empregos. No entanto, a postura presidencial até aqui está aquém de um estadista. Não por acaso, a imagem do Brasil está tão ruim lá fora.

; Sílvio Campos, Asa Sul


Crise


Durante o governo de José Sarney, o então senador Fernando Henrique Cardoso criou uma frase maldosa para se referir ao então mandatário. Sempre que Sarney embarcava para o exterior, FHC dizia que a crise viajou. Pois o mesmo não se pode dizer de Jair Bolsonaro. O presidente já passou pelo Japão e pela China ; está, agora, nos Emirados Árabes ;, mas as turbulências provocadas pelo partido dele, o PSL, só fazem crescer. Agora, surgiram gravações indicando que Fabrício Queiroz, apontado como laranja do filho 01, senador Flávio Bolsonaro, continua mais ativo do que nunca, negociando cargos na Assembleia do Rio de Janeiro e em Brasília. Se as denúncias contra Queiroz continuarem crescendo no ritmo atual, quando desembarcar no Brasil, Bolsonaro terá um furacão para se livrar. Logo ele, que, no discurso, se mostra tão apegado ao combate à ética e aos bons costumes.

; Renata Soares, Taguatinga


Servidores

Nesta segunda-feira se comemora o Dia do Servidor, mas quem está no dia a dia da Esplanada dos Ministérios sabe que não há nada a aplaudir. Muito pelo contrário. Nunca o funcionalismo público foi tão maltratado. Criou-se uma campanha perversa de que os servidores são privilegiados, que trabalham pouco e ganham muito. Não é verdade. Se há uma marca a ser atribuída ao funcionalismo público é a da excelência. Mesmo com todos os cortes de recursos para o funcionamento da máquina pública, a prestação de serviços à sociedade se ampliou. Talvez esses serviços não estejam na qualidade desejada, muito em função das restrições com que todos trabalham, mas é certo que a grande maioria dos servidores faz o melhor para entregar o que deles esperam. Desse compromisso, o funcionalismo não abre mão.

; Aline Mathias, Águas Claras


América do Sul

A volta do peronismo ao poder na Argentina não surpreende, devido ao governo atual não ter debelado a grave crise econômica vivida pelo país-irmão. Se o nosso atual governo não pôr fim à crise que assola o Brasil, teremos lideranças jovens com forte potencial de vitória, como Luciano Huck e João Doria, em 2022.

; Simao Szklarowsky, Asa Sul


Segunda instância


Em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que ;o início da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção de não culpabilidade;. A tendência da inversão da sentença, subliminarmente, forçada por circunstância que envolve a prisão de ex-presidente, demostra a instabilidade, senão irresponsabilidade, do tribunal na interpretação da Constituição, favorecendo milhares de condenados em segunda instância, acarretando descrédito da instituição. Bem analisada, a interpretação, agora pretendida, vem viciada por contraditio in terminis. O réu, se condenado, em qualquer instância, presume-se culpado, até que prove sua inocência, em instância superior. A rigor e no mínimo, o que foi decidido sob o império da decisão de 2016 deverá ficar como está, passando a vigorar nova interpretação a partir de sua aprovação. Isso, até que nova investida provoque emenda à Constituição, prevenindo a ambiguidade na interpretação do inciso LVII do Art. 5;: ;Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença condenatória;, de onde é deduzida a presunção de inocência.

; Elizio Nilo Caliman, Lago Norte