Um bug tomou conta de celulares e computadores na madrugada do último domingo. As máquinas, principalmente os smartphones com sistema Android, adiantaram o relógio automaticamente em uma hora, o que fez muita gente perder 60 minutinhos de sono. Por trás do problema, está o horário de verão ; ou melhor, a falta dele ;, que, por decisão do presidente Jair Bolsonaro, tomada em abril deste ano, não será implementado na temporada 2019-2020.
Utilizado ininterruptamente desde 1985, o horário de verão tinha um período de vigência variável, mas ficava em torno de 120 dias, em média. Agora, com a chegada da época em que a medida entraria em vigor, diversos setores começam a avaliar o impacto da ausência da ;hora a mais;;. Há receio de prejuízos em áreas ligadas ao turismo, como bares, restaurantes e hotéis. O motivo: as pessoas decidirem ir embora mais cedo para casa.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o setor hoteleiro dá como certa uma queda no faturamento. A entidade de classe do setor, o Hotéis Rio, ainda não tem uma estimativa de quanto a medida vai impactar, mas avalia que a redução de atividades, como ficar até mais tarde nas praias e bares, terá um peso importante nas finanças durante o verão.
Outro ponto é a claridade cada vez mais cedo. De hoje até o fim de dezembro, o Sol deve nascer em Brasília entre 5h30 e 5h45, mas a luz do dia começa a surgir bem antes ; nesta terça-feira, por exemplo, às 4h40 os primeiros raios solares já despontavam. Então, uma situação que precisará ser reavaliada pelas autoridades competentes para os próximos anos é: vale mais a pena ter luz natural quando tem mais gente na rua ou não? O interesse coletivo precisa prevalecer.
Para tomar a decisão, o governo levou em conta uma recomendação do Ministério de Minas e Energia, que apontou pouca efetividade na economia energética. Bolsonaro, no entanto, sinalizou que poderá rever a medida, caso a população deseje o retorno do horário de verão. Eu sou favorável à ;hora a mais;; ; em 80% da minha vida, convivi com ela no dia a dia de outubro a fevereiro. E você, caro leitor, está curtindo a ausência do horário de verão?