Preocupação
O PSL, partido do presidente, está derretendo. O baixo nível dos debates é de amedrontar os cidadãos de bem. O líder da legenda chamou o presidente de vagabundo. A ex-líder do governo na Câmara deputada Joice Hasselmann foi alvo de chacota, ao ter seu retrato numa nota de três reais. A confusão veio não só com as denúncias de existência de laranjas nas eleições passadas, colocando em primeiro plano o ministro do Turismo, mas se tornaram mais acirradas depois do anúncio do aumento do fundo eleitoral. Como segunda maior bancada na Câmara, a fatia do PSL seria infinitamente maior do que em anos anteriores. Os deputados, aliados do presidente do PSL, Luciano Bivar, alvo de operação da Polícia Federal, estão, frontalmente, divergindo do presidente Jair Bolsonaro. Alguns deles, entre os quais a ex-líder, parecem dispostos a apagar incêndio com querosene. Temo que tamanha desavença descambe para algo mais grave, que leve a uma instabilidade institucional. Passamos por situações muito tristes no país, com o impeachment dos então presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff. O país não merece reviver episódios políticos tão dramáticos e revestidos de incertezas.
; Arthur de Castro, Asa Sul
Salários
O ex-governador Rodrigo Rolemberg em entrevista ao CB Poder, do Correio Braziliense, em parceria com a TV Brasília, afirmou, que apresentou uma proposta de reajuste parcelado da Polícia Civil, cuja classe não aceitou: ;e se aceita;, estaria implementado os 37% que hoje almejam, em paridade com a Polícia Federal. Essa afirmação não corresponde à realidade. As propostas do ex-mandatário eram evasivas, cheias de subjetivismo, sem assumir, portanto, um compromisso objetivo e idôneo, fugindo das promessas de campanha em que a meta era encaminhar ao Executivo federal a proposta (tabela) de equiparação à Polícia Federal. Ao contrário, ficou cozinhando o galo durante quatro anos, sempre sob o argumento furado de que o Tesouro do Distrito Federal estava quebrado. Sem lógica e não se sabe o porquê da renitência, e da má-vontade, pois o dinheiro não sai e não saía dos cofres do DF, mas da União. Agora vem querer se redimir com declarações pecaminosas e sem fundamentos. As carreiras policiais Civis do DF são típicas de Estado: (Lei n; 9.264/96), regidas e mantidas pela União (art. 21, XIV da Constituição e conforme súmula 647 do STF: ;Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal;. Elogio e parabenizo o governador Ibaneis Rocha. Não fugiu a esse compromisso.
; José Lineu de Freitas, Asa Sul
Saneamento
A Caesb é a melhor em tratamento de esgoto no Brasil e uma das melhores do mundo. É uma verdadeira joia do cerrado. É tanto know-how que deveria ser passado para os outros estados, as outras cidades, principalmente nas capitais e cidades do litoral, onde, muitas vezes, o esgoto é jogado in natura no oceano. O Congresso Nacional tem que legislar melhor nessa área do saneamento público urbano do nosso país.
; Washington Luiz Souza Costa, Samambaia
Violência
A vendedora Noélia de Oliveira, mãe de três filhos, foi morta depois de sair do trabalho em um shopping na Asa Norte. Ela não chegou em casa, no Sol Nascente. O seu corpo foi encontrado na Colônia Agrícola 26 de Setembro, em Vicente Pires. Não por acaso, o Brasil é considerado o país mais perigoso para as mulheres. Brasília, só neste ano, já registrou 23 feminicídios ou mais. No fim da Asa Norte, a iluminação pública deixa muito a desejar. Ficar num ponto de ônibus, naquela região, é muito perigoso. Para pessoas de modesto poder aquisitivo, os riscos são sempre maiores. Dá para imaginar o quanto é falho o policiamento ostensivo em áreas mais afastadas do centro da cidade, como numa colônia agrícola. Não há a quem pedir socorro. O caso de Noélia precisa ser esclarecido. Os assassinos precisam ser identificados e punidos rigorosamente. Essa matança de mulheres precisa ter um ponto-final.
; Lívia de Paula Martins, Asa Norte
Justiça
A tendência do Supremo Tribunal Federal de impedir a prisão em segunda instância, que se configurou um terror para os corruptos, a partir da Operação Lava-Jato, vai ser um prato feito para os meliantes de colarinho-branco. A legislação penal é um verdadeiro queijo suíço, cheio de brechas para adiar o cumprimento de pena dos corruptos condenados à prisão, principalmente se forem políticos. A famigerada imunidade parlamentar é o grande escudo que eles têm para se safar da cadeia. E se tiverem dinheiro para contratar grandes bancas de advocacia, aí mesmo é que nunca vão para trás das grades. Ficam livres, lépidos e fagueiros para desfrutar do dinheiro público roubado da sociedade. Mas não é só isso, não. Se o juiz de segunda instância não pode mandar prender os corruptos, essa atribuição passará para o STF, uma Corte constitucional que deveria se ocupar apenas acabar com interpretações dúbias da Carta Magna. Nós útimos meses, porém, o Supremo tem se ocupado ora de livrar bandidos da cadeia, ora de atropelar o Ministério Público e mandar abrir investigação e prender. Como se vê, está tudo com pernas para o ar neste país.
; José Ricardo de Almeida, Jardim Botânico