Mecanismo poderosíssimo
Em tempos de flagrantes recuos no combate à corrupção, quando toda a nação é forçada a assistir, impassível, ao avanço das forças do atraso, numa orquestração conjunta de próceres dos Três Poderes, vozes minoritárias e perdidas nesse mar revolto da cupidez se apresentam como um farol de esperança a assinalar a rota segura do bom senso e a volta ao eixo da ética. São justamente esses personagens solitários que ousam ir contra a maioria esmagadora de néscios, que fazem a história e que vão ganhando mais estatura à medida em que seus pares vão se transformando em pó, esmagados pela força poderosa de todos aqueles que anseiam por um país liberto dos males da corrupção. Dentre esses poucos personagens que despontam e pairam muito acima desse mar de lama, merece destaque, por sua firmeza e clareza de ideias, o ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Em pronunciamento recente feito no plenário do Supremo, o ministro lembrou que, a despeito de todo os esforços feitos após a eclosão do megaescândalo do mensalão, em 2015 mudaram o governo, mas as práticas não mudaram. As práticas corruptas dentro do Estado prosseguiram no mesmo ritmo. Nessa sequência delitiva e desenfreada, logo surgiria a Operação Zelotes que investigaria desvios de R$ 20 bilhões. Seguiu-se a Operação Greenfield, que revelaria um esquema de investimentos fraudulentos que gerou mais de R$ 8 bilhões de prejuízos aos fundos de pensão das empresas estatais. Nesse caso, tratava-se de dinheiro do trabalhador, atingindo em cheio poupanças, amealhadas por anos a fio na Funcef, Petros, Previ e Postalis. Na sequência, lembra o ministro, veio a Operação Cui Bono, que investigou fraudes na liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal (CEF) que somaria mais de R$ 3 bilhões, além de desvios no aporte do Fundos de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Na sequência dessas investigações, frisou o ministro, aparece a Operação Lava-Jato, um dos maiores esquemas de corrupção desvendados no mundo, com prejuízos de quase R$ 100 bilhões somente para a Petrobrás. Com isso, essa empresa foi obrigada a fazer um acordo com a justiça americana, para compensar os prejuízos causados pela corrupção a acionistas daquele país, o que envolveu a soma de mais de US$ 800 milhões em reparações.
Na Operação Radioatividade, a polícia apuraria o pagamento de propina relacionada a obras da Usina de Angra 3, de cerca de R$ 3 bilhões, pagos a um partido político e a dirigentes da Eletronuclear. Em outra Operação, Tesouro Perdido, descobriu-se a fortuna de R$ 51 milhões em um apartamento de um ex-secretário da Presidência da República. Em seguida, um ex-presidente da Câmara dos Deputados foi condenado pelo recebimento de mais de US$ 1,5 milhão em propina, sendo também processado pela Operação Sepsis, relacionado ao FGTS, por corrupção, violação de sigilo e lavagem de dinheiro, por receber propina de R$ 52 milhões, relacionada ao Porto Maravilha.
Também um ex-presidente da República foi denunciado por receber R$ 5.9 milhões em propina relacionada à Medida Provisória dos Portos. O mesmo ex-presidente da República foi denunciado pelo recebimento de interposta pessoa de R$ 500 mil entregues em uma mala de dinheiro, filmada ao vivo e em cores. Esse personagem foi, ainda, denunciado por lavar dinheiro por meio de uma reforma de apartamentos e por participar com seu partido de desvios de R$ 1,8 bilhão também da Usina Nuclear de Angra. Novos governos, mesmas práticas condenadas pela Justiça.
A frase que foi pronunciada
;As leis de Improbidade Administrativa e da Ficha Limpa são exemplos de leis oportunistas.;
Ministro Gilmar Mendes, do STF, no evento Diálogos Institucionais sobre Responsabilidade Parlamentar, que foi organizado pelo Interlegis/ILB, Senado
Novidade
; Em acordo já assinado entre a Novo Mundo e o governador Ibaneis, mais vagas de emprego poderão ser preenchidas em Brasília. A adesão da empresa ao Emprega-DF planeja transferir para a capital toda a operação de e-commerce nacional. Além dos empregos, a projeção é de aumento na arrecadação de impostos.
Enfim
; É chegado o momento. As tesourinhas passarão por reformas. Durante as chuvas não há escoamento para as águas pluviais e, com o aumento exponencial do trânsito da cidade, é preciso repensar a segurança dos carros que ficam vulneráveis na parte alta.
História de Brasília
; Os moradores do HP-3 próximo ao Colégio D. Bosco estão reclamando contra um depósito de papel velho naquela avenida, que é responsável pela proliferação de ratos. (Publicado em 03/12/1961)