Os engenheiros holandeses do Time de Redução de Riscos dos Países Baixos (Holanda, Curaçao, Aruba e São Martinho) farão uma análise detalhada das barragens em estado crítico e, mais importante, treinarão agentes e fiscais da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema). Assim, terão o expertise para poder agir antes da ocorrência de novas catástrofes. Na Holanda, existe uma extensa rede de diques que permitem a ocupação de um terço das terras que se encontram abaixo do nível do mar. A necessidade fez do país um dos melhores operadores mundiais em termos de barramentos.
No Brasil, o grande problema é a falta de pessoal tanto em quantidade quando em especialização para monitorar o expressivo número de barragens espalhadas pelo país, muitas delas sem qualquer tipo de fiscalização. A própria ANM reconhece que existem, hoje, dezenas de represas que podem se romper, provocando outras tragédias ambientais e sociais. De acordo com a agência, são mais de 50 estruturas sem qualquer atividade por falta de informações de estabilidade ou por apresentar índices de segurança abaixo dos previstos pela legislação. A maioria delas se situam em Minas, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Juntamente com as medidas adotadas pelas empresas mineradoras para desativar as barragens em maior risco ; muitas na Região Metropolitana de Belo Horizonte ;, a intervenção da equipe estrangeira servirá como exemplo prático para os fiscais e agentes públicos, que deverão transferir para outros estados os conhecimentos adquiridos. O trabalho apontará qual represa é mais vulnerável para que haja intervenção reparadora nela. A iniciativa de pedir auxílio aos holandeses partiu do Ministério das Minas e Energia e várias missões semelhantes já foram enviadas para outras partes do mundo. Espera-se que haja, sempre, novas ações de contenção e de desativação de barragens instáveis, até que elas não ofereçam mais perigo para a população.