Jornal Correio Braziliense

Opinião

Já é hora da Política, com P maiúsculo

Nas eleições de 2018, houve radical divisão do Brasil entre %u201Cesquerdistas%u201D e %u201Cdireitistas%u201D, os quais, trocando ofensas e azedando os fatos políticos com fake news, tornaram a política um tema perigoso. O fato de isso acontecer quando há quase 13 milhões de brasileiros desempregados, dependendo de ações políticas, reclama o uso de nossa formação de maioria cristã para uma reação proativa em favor dos desvalidos. Assim, faz-se necessário que os patriotas exerçam a cidadania, tratando com vigor e com ética os assuntos políticos, buscando a união para fazer as reformas necessárias e para simplificar o Brasil, com o combate efetivo à corrupção e à burocracia safada. Mas, para isso, cadê a Política com P maiúsculo? Sem dúvida, é na capital federal que está a Política com P maiúsculo. Afinal, foi para integrar o Brasil que o presidente JK construiu Brasília, em pouco mais de três anos %u2014 um milagre! Contra uma oposição ferrenha, usou seu jeito humano de governar, até anistiando seus adversários e, assim, realizando um sonho secular e empoderando a autoestima dos brasileiros. Outro exemplo: evitando a política de só decidir em gabinetes, JK ouviu o povo e usou o coração, ao não permitir que seus assessores obrigassem os candangos pioneiros, que atenderam seu clamor de virem construir Brasília, a voltar, contrariados, à terra de origem, criando as cidades-satélites para que permanecessem na capital que construíram. JK fez Política com P maiúsculo %u2014 e sempre usando Brasília como protagonista. Depois de JK, infelizmente, a partir da renúncia de Jânio e do governo Jango, que redundou no regime militar, a tradicional divisão dos políticos fisiologistas, só agindo em função de seus interesses, voltou %u2014 e tem criado mais problemas do que soluções. Mas o exemplo de JK foi seguido: nos idos de 1980, a divisão entre civis e militares, eclodida em 1964, foi resolvida a partir da instalação da Assembleia Constituinte em Brasília, que, daí em diante, virou capital nacional de fato e de direito, propiciando o debate das questões nacionais, em alto nível, o que resultou na Constituição Cidadã. Assim, a Política com P maiúsculo conseguiu o retorno dos militares para os quartéis, em paz. Mas, antes de ser considerada um campo de convergência, Brasília amargou injusta fama de capital dos corruptos %u2014 não é, mas até parece, pois é para cá que todo o Brasil manda os seus políticos. Até quando vamos ter que medir as palavras quando tratarmos de assuntos políticos mesmo entre amigos e parentes? É preciso que os radicais desçam do palanque. Vamos parar de compartilhar fake news. Nossa Carta Magna ainda serve? Ou, pela ação corrupta dos maus políticos e dos partidos, vamos precisar de outra Constituição? Falando em Constituição, é preciso lembrar: ao tomar posse, em Brasília, Bolsonaro jurou %u201Csustentar a união do Brasil%u201D, conforme manda o artigo 78 da nossa Lei Maior. Assim, essa, agora, deve ser a principal tarefa dele, presidente de todos os brasileiros, inclusive dos que não votaram nele. E é inspirador o fato notório do segundo nome da República Federativa do Brasil ser União Federal. Política é para fazer o bem comum. No mais, Brasília, a cidade que mais sofre com a divisão dos brasileiros, está pronta para ser usada para a tão ansiada pacificação, com todo o respeito ao Estado democrático de direito, que aqui foi conquistado, e às suas instituições. Chegou a hora de a Política com P maiúsculo dar um basta no protagonismo corrupto da politicagem. Sem união, pode vir até uma divisão territorial do Brasil, como quiseram os sulistas %u2014 e também os nordestinos. Embora o assunto pareça ser só laico, mas, como na eleição de 2018, muito se falou em Deus, a ponto de se dizer que Ele seria brasileiro, é de se conclamar que nossos patriotas, inspirados nos bem-sucedidos exemplos de concórdia de JK, peçam ajuda divina para que os políticos com P maiúsculo, usando a força da união, consigam segurança política, econômica e jurídica para o Brasil %u2014 o que vai gerar empregos para os desvalidos e a volta da esperança no nosso futuro.