Neste intenso tempo presente, a informação passeia. Verdadeira ou falsa, atravessa caminhos virtuais para navegar em ondas altas e extensas. Não raro, morre na praia. Noutras vezes, vira uma falsa verdade que se eterniza. Internet tem dessas coisas. Ampliar a voz de quem deseja falar, seja lá o que for, fica fácil. Qualquer pessoa com acesso a um smartphone torna-se produtor de conteúdo.
Mas, apesar dessa facilidade em disseminar informação, ainda acredito que é possível diferenciar o jornalismo do disse me disse, da fofoca, dos textos virais, sejam eles bons ou não. Notícia que se preza traz com ela uma história de esforço e dedicação de um profissional que deve ser cada vez mais valorizado, apesar do açoite diário. Falo do jornalista.
Sempre trabalhei com pessoas que me orgulham. Sempre tive ao meu lado exemplos de profissionais que se dedicam por horas a fio, dias e noites, ao bom jornalismo. Recebi com alegria a notícia de que 11 repórteres do Correio Braziliense são finalistas do Prêmio CNT, uma das premiações mais tradicionais do Brasil, com mais de duas décadas e meia, que levou o tema ;transporte; ao cotidiano das redações brasileiras. É organizado pela Confederação Nacional dos Transportes.
O Correio concorre com sete reportagens em quatro categorias. Indicado nas categorias Meio Ambiente e Transporte, Fotografia, Impresso e Internet, o jornal é o veículo de comunicação com mais reportagens finalistas em 2019. Até o início de novembro, os vencedores serão divulgados. Para mim, no entanto, todos já são vencedores.
Na categoria Meio Ambiente e Transporte, o jornal disputará a final com três reportagens diferentes. ;O esquecido caminho das águas;, dos jornalistas Leonardo Cavalcanti, Luiz Calcagno e Cláudia Dianni, concorre com a reportagem ;Mudança de Hábitos ; Revolução nos transportes;, de Simone Kafruni, Renato Souza e Ingrid Soares, e com a matéria ;Enquanto o futuro não chega;, por Leonardo Cavalcanti e Beatriz Roscoe. ;O esquecido caminho das águas; também é finalista na categoria de Fotografia, com o material de Leonardo Cavalcanti e Luiz Calcagno.
Duas séries de reportagens diferentes de Cidades concorrem na categoria Impresso: ;DF sobre trilhos;, das jornalistas Adriana Bernardes e Mariana Niederauer, e ;DF fora dos trilhos;, de Adriana Bernardes e Renato Alves. Já na categoria Internet, a repórter Deborah Fortuna disputa pela autoria da série ;Rodas para Crescer;, que mostra como a escassez do transporte público prejudica o acesso da população das áreas rurais do DF ao emprego, à educação, à saúde, à segurança e ao lazer.
Ser indicado a prêmio, ser finalista ou vencedor, tanto faz, é importante para divulgar o jornalismo de qualidade, para disseminar a ideia de que uma notícia bem trabalhada pode transformar a sociedade em que vivemos. Eu acredito nisso. Boto fé na força da imprensa, que a despeito de ser tratada como a Geni dos tempos atuais, sobrevive firme e forte. Há propósito e utilidade naquilo que fazemos todo dia.