O caso deixou um clima de medo tão grande que mereceu atenção especial do governador Ibaneis Rocha, que além de decretar luto oficial de três dias, posicionou-se sobre o assassinato do padre Casemiro: ;Expõe uma dura realidade que precisamos enfrentar com determinação. Por mais preparada e equipada que esteja a polícia, por mais rigorosas que sejam as leis, a criminalidade expõe sua face onde e quando menos esperamos;;, afirmou em nota.
O latrocínio (roubo seguido de morte) do padre Casemiro, no entanto, infelizmente entra na lista dos crimes de difícil prevenção: por ter sido premeditado, como mostram as investigações policiais da delegacia da Asa Norte, em que os bandidos escolheram dia e hora para atacar, só poderia ter sido evitado se eles fossem abordados pelas forças de segurança em rondas ostensivas momentos antes da ação.
Hoje, movimentos sociais representantes das favelas e da população negra, além de coletivos de combate à violência policial, preparam atos e mobilizações de rua nas principais cidades do país. A ideia é protestar contra a morte da menina Ágatha e também contra a política policial adotada pelo governador do Rio, Wilson Witzel, do PSL, mesmo partido do Jair Bolsonaro.
E aqui em Brasília? Creio que chegou a hora da reação da sociedade. A morte brutal do padre e, por exemplo, o tiroteio recente em plena luz do dia em uma área movimentada de Águas Claras difundiram o medo social. Especialistas em segurança cravam que rondas ostensivas são apenas uma das fórmulas para reduzir a sensação de vulnerabilidade. Reforçar o policiamento comunitário é sempre uma boa aposta. É preciso que algum movimento ou liderança encampe a ideia e faça a ponte entre governo e sociedade. Quem se habilita?