Bolsonaro
Não fiquei surpreso com a pobreza intelectual do discurso de Bolsonaro, na Organização das Nações Unidas (ONU). Texto recheado de repetidas e cansativas acusações, ressentimentos, clichês surrados sobre a Amazônia e ameaças descabidas. Seguramente a rispidez, o provincianismo e a grosseria de Bolsonaro não agradaram aos mais de 140 chefes de Estado presentes ao plenário da ONU. Enfatizar que ninguém mete o bedelho na soberania do Brasil foi valentia óbvia e desnecessária. Acusar parte da imprensa de sensacionalista foi outra bobagem. Na ONU, os presidentes devem enfocar detalhes da política externa de seus países. Anunciar avanços e contribuições de suas gestões. Medidas que podem servir ao mundo. Não praguejar como se estivesse em palanque eleitoral. Travestido de vítima e salvador da Pátria.
; Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Segurança
As operações da Lava-Jato abafaram outras medidas contra a violência em geral. Hoje, só se pensa nos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e propina. O latrocínio (roubo seguido de morte), homicídio, furtos, estelionatos, crimes de trânsito, contrabando de armas e tráfico de drogas correm frouxo. Ninguém pensa em criar uma força-tarefa, como a Lava-Jato, para combater esses crimes. No Rio de Janeiro e em outros estados, as forças de segurança agem ataboalhadamente. Tiros e mais tiros sem direção. Resultado: morte de inocentes. O serviço de inteligência comprometido, por falta de centralização de comando. Polícias Militar e Civil ainda atuam sem unidade, como se fossem antagonistas. O coronel Jaime, da PM de São Paulo, então diretor do antigo Departamento Federal de Segurança Pública, na época do presidente Jânio Quadros (1961), tentou implantar a Polícia Única (unificação da Civil e Militar), mas a renúncia de Jânio pôs fim ao projeto. Agora, o governador do Rio de Janeiro só pensa em abater o bandido. Educação e saúde zero. Os infantes de hoje podem assumir a bandidagem amanhã.
; José Lineu de Freitas,
Asa Sul
Plano de saúde
Excelente trabalho desenvolvido pelo Correio Braziliense em relação aos planos de saúde. Antigamente, as pessoas se orgulhavam de fazer parte de um plano. Hoje, odeiam, detestam e até torcem pelo seu fechamento. Os planos não têm o menor respeito pelos associados. Mas, muitas das vezes, por nossa culpa, pelos mais diversos motivos, com destaque ao egoísmo e à preguiça. Então, os gestores/adminisradores deitam e rolam, impondo aumentos abusivos e muitas outras coisas. Os planos são tão abusivos que os associados ficam sem opção e acabam se sujeitando ao que eles determinam e ponto final. Para acabar com essa máfia, seria necessário ampliar o sistema público de saúde, nem que seja por meio da cobrança de um valor simbólico. O salário mínimo é de pouco mais de R$ 900, enquanto o plano de saúde para pessoas com 60 anos ou mais cobra mais de R$ 3 mil. Tem explicação para isso?
; José B. R,
Cruzeiro Novo
Violência
Hoje, a violência faz parte do nosso cotidiano. Certamente vivenciamos expectativas e frustrações no tocante à fragilidade e à vulnerabilidade da vida pública e social. Estamos expostos com muita frequência aos fatores causadores da violência. Podemos falar em violência urbana, em violência no trânsito, em violência doméstica, em violência nos esportes, em violência televisiva e até mesmo em violência virtual. Desde cedo, nossos filhos estão entrando em contato com cenas violentas na programação infantil de TV ou nos jogos de videogames. No passado, era possível afirmar que a violência estava associada, quase exclusivamente, ao mundo da pobreza. Se você habitasse o espaço social da violência, teria que conviver com ela ou com seus efeitos. Situação que em nada mudou, em relação aos dias atuais. São os reflexos da vida marcada pela miséria e pela exclusão que impulsionam o comportamento violento. Os diversos perfis sociais da violência no Brasil, vem provocando uma série de confusões que acabam se convertendo em abusos da parte das autoridades do Estado, incumbidas de reprimir a criminalidade. O que ocorre, geralmente nos casos de violência às camadas mais baixas da população, é a aplicação da teoria da vulnerabilidade. Vulnerável aos abusos dos agentes do aparelho repressivo do Estado às pessoas pobres que vivem ou atuam em lugares marginalizados são o estereótipo para a prática do crime. E, por isso, tornam-se as vítimas mais vulneráveis à violência de um modelo de segurança pública que ainda direciona sua atenção quase exclusivamente para os pobres e negros. Sobre a violência contemporânea, vale destacar o processo de banalização da vida humana, por meio das drogas, o nulo poder aquisitivo, a falta de estrutura familiar e educação escolar, culminando com o desemprego. Entre outros maus que insuflam o desajuste do indivíduo.
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras